O acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), embora seja “justo”, deve ser menos vantajoso que sua situação atual como membro do bloco, assegurou nesta terça-feira o primeiro-ministro maltês, Joseph Muscat, cujo país exerce a presidência pro-tempore da UE.

“Queremos um acordo justo para o Reino Unido, mas este acordo justo tem que ser inferior à participação (no bloco)”, disse Muscat, para quem não existe um caso em que “tudo o que se negocia termina sendo melhor que a situação atual do Reino Unido”.

O chefe de governo maltês deu essas declarações em La Valeta, junto ao presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, e a poucos meses de o governo britânico comunicar oficialmente a intenção de abandonar a UE, o que está previsto para antes do fim de março, abrindo, assim, a via a até dois anos de negociações.

Apesar de sua saída do bloco, o Reino Unido mostrou sua vontade de continuar no mercado único europeu, mas sem respeitar um de seus princípios fundamentais: a liberdade de circulação dos trabalhadores. Bruxelas se opõe de a esta opção.

A saída de Reino Unido representa uma nova crise em uma UE enfraquecida desde a crise financeira de 2008. Para o presidente do executivo comunitário este “não é o fim da integração europeia”.

“Se consideramos o Brexit como o início do fim, estaremos cometendo um grande erro (…) A cúpula de Roma reunirá as melhores energias das nações europeias”, disse Juncker em alusão à cúpula prevista em março na capital italiana para comemorar o 60º aniversário do projeto europeu.