A escola de samba Acadêmicos do Sossego abriu o carnaval do Sambódromo na noite de hoje (24) com a aposta de que o samba e o apelo social de seu enredo vão levantar a Sapucaí. O desfile homenageia a atriz e cantora Zezé Motta e conta sua história de sucesso e lutas.

O presidente da escola, Wallace Palhares, disse que a preparação da comunidade também deve fazer a diferença. “A gente está contando muito com o canto da comunidade, porque o Largo das Batalha ensaiou bastante e veio para cantar muito. E esse enredo é um pouco de cada um de nós. É um enredo do povo brasileiro”.

A segunda escola a desfilar nesta sexta-feira será a Alegria da Zona Sul, que também homenageia uma mulher ilustre da cultura brasileira, a sambista Beth Carvalho. O carnavalesco da escola, Marco Antônio Falleiros, acredita que a cantora e compositora vai despertar a emoção do público. “Ela vem de vermelho, no último carro alegórico, que representa um prêmio que ela ganhou. Ela está muito feliz”, disse Falleiros.

O presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), Déo Pessoa, espera que o desfile de 2017 seja mais um a mostrar a evolução da Série A. “A gente está muito feliz com a venda de ingressos. Vendemos praticamente todos hoje e esgotamos os de amanhã. Então, teremos dois grandes dias”

Déo Pessoa aponta a falta de um espaço como a Cidade do Samba como a principal dificuldade ainda enfrentada pela Série A. Próximo ao centro, o espaço é uma verdadeira fábrica de alegorias e adereços em que cada escola do Grupo Especial tem um barracão. Mesmo assim, ele acredita que a distância entre o espetáculo apresentado pelos dois grupos está diminuindo.

O público que visita o sambódromo nos dias da Série A é outro diferencial, diz o presidente da Lierj. “Grande parte do público que está aqui no Sambódromo a gente observa que se não é dá cidade do Rio, é de outras cidades do estado. São pessoas envolvidas com o nosso carnaval”, diz ele, que conta que parte dos ingressos do setor turístico sobrou e foi distribuído para as comunidades.

A aposentada Maria Cristina Lopes, de 65 anos, foi pela primeira vez ao Sambódromo acompanhar uma amiga que verá o marido desfilar na Unidos do Viradouro. “Eu estou amando. Tomei coragem de vir porque meus amigos me chamaram e já quero voltar”.