Mais uma vez, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Luciana Lóssio volta aos holofotes. Depois da polêmica sobre seu pedido de vista no TSE para adiar a instauração da investigação que apurava se a campanha de Dilma Rousseff  à reeleição recebeu dinheiro desviado da Petrobras, o nome dela surgiu em meio a um escândalo de compra de votos. Luciana foi citada numa conversa entre Anthony Garotinho e seu advogado Jonas Lopes de Carvalho Neto 22 dias antes da prisão ex-governador do Rio de Janeiro. Na gravação feita com autorização judicial, Garotinho previa que pudesse ser preso e afirmava ter “contatos” com Luciana, relatora de um habeas corpus preventivo impetrado por sua defesa.

Na quarta-feira 16, policiais federais cumpriram o mandado de prisão preventiva contra Garotinho por ele ter usado um programa de assistência social chamado “Cheque Cidadão” para coagir eleitores da cidade de Campos dos Goytacazes a votarem em candidatos a vereador de seu grupo político.

Foi a partir desse fato que as suspeitas de ligação entre a ministra e Garotinho voltaram à tona. Na escuta telefônica, Garotinho diz a Jonas Lopes que tem contatos com a ministra. Depois de ser preso pela PF, Garotinho foi transferido do Complexo Penitenciário de Bangu para um hospital particular por determinação de Luciana. Ela interveio depois que o ex-governador alegou problemas de saúde na prisão.

Saiu barato

No despacho, a ministra sustenta que ele seja levado “para um hospital que esteja apto à realização dos exames indicados em relatório médico”. Luciana também fez a comutação da medida judicial, de regime fechado para prisão domiciliar até que haja a “conclusão do julgamento da medida liminar (ingressada pelos advogados de Garotinho) no Plenário do TSE”. Na última quinta-feira 24, o TSE substituiu a prisão preventiva de Garotinho em medidas cautelares e lhe aplicou uma multa de R$ 88 mil. Saiu barato.

Apesar demonstrar firmeza na decisão que beneficiou Garotinho, Luciana é descrita pelos pares do TSE como uma juíza “insegura”. A escolha dela para ocupar a vaga de ministro do TSE reservada a representante dos advogados gerou polêmica no tribunal. Em 2011, com 36 anos, quando foi nomeada pela primeira vez para ser ministra substituta, o nome de Luciana constava numa lista tríplice em que também aparecia o então ministro Joelson Dias, que lutava por a recondução por um período de mais dois anos.

A condução dela ao cargo de ministra do TSE foi uma forma que a ex-presidente Dilma encontrou de contemplá-la pelos serviços advocatícios prestados à campanha eleitoral da então candidata em 2010 à Presidência da República.

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