À espera pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), nesta quarta-feira, 20, o dólar ficou praticamente o dia todo no zero a zero nesta terça-feira, 19, com os investidores no aguardo por direções sobre o próximo aperto monetário nos EUA.

De acordo com o analista-chefe da Rico Investimentos, Roberto Indech, diante da agenda vazia internamente, o mercado operou na expectativa pelo Fed, principalmente em torno de um possível anúncio da redução de seu balanço patrimonial, atualmente em US$ 4,5 trilhões. “Pelas sinalizações que o Fed tem feito, é capaz de iniciar o processo, mas o mercado ainda não tem a data do início precificada”, pontuou.

Já o analista da Rio Gestão de Recursos Bernard Gonin acredita que “está claro que a redução do balanço patrimonial do Fed será anunciada amanhã” e que a grande questão é em relação à possível alta de juros na reunião de dezembro, algo que tem deixado as apostas do mercado totalmente divididas.

“O mais importante amanhã será observar o gráfico de pontos para analisar uma possível alta de juros em dezembro e ver como o Fed está analisando o próximo ano”, disse o analista. Além disso, a reunião de amanhã contará com a entrevista coletiva da presidente da instituição, Janet Yellen. “Neste caso, é muito importante ver o que Yellen falará sobre a fraqueza da inflação, se é algo temporário ou estrutural, além de observar como será sua análise em relação aos custos com os furacões sobre a economia do país”, acrescentou.

No final da manhã, o dólar também teve repiques de alta depois da divulgação da pesquisa CNT/MDA que mostrou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria as eleições presidenciais de 2018 em todos os cenários. Um gerente de mesa de derivativos destacou, no entanto, que o efeito foi pontual, uma vez que “as delações de Palocci (Antonio Palocci, ex-ministro do governo Lula) ainda têm muito a prejudicar o Lula, o que poderá pesar em seu julgamento e na opinião das pessoas. Além disso, a pesquisa mostrou que ele tem 30% dos votos e para conseguir alguma chance, ele teria que ter, no mínimo, 40% para então viajar pelo país em busca de mais votos e conseguir alguma vitória”, avaliou o gerente.

No mercado à vista, o dólar fechou em leve alta de 0,02%, aos R$ 3,1345. O giro financeiro somou US$ 1,09 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1255 (-0,26%) e, na máxima, aos R$ 3,1400 (+0,20%).

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No mercado futuro, às 17h30, o dólar para outubro caiu 0,08%, aos R$ 3,1405. O volume financeiro movimentado somou US$ 11,18 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1310 (-0,38%) a R$ 3,1455 (+0,07%).


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