Apoena Meirelles, ex-presidente da Funai, foi morto a tiros em Porto Velho na noite do sábado 9. Três dias depois, a polícia de Rondônia apresentou um jovem de 17 anos como sendo o assassino numa tentativa de assalto num caixa eletrônico. Apoena, 55 anos, estava aposentado e havia retornado ao serviço ativo da Funai a pedido do atual presidente, o antropólogo Mércio Gomes. A sua missão: convencer os índios cinta-largas (contatados por ele na década de 70) a fecharem um garimpo de diamantes. Foi ISTOÉ que denunciou o garimpo ilegal em terras indígenas, explorado por quadrilhas de homens brancos.

Durante o sepultamento de Apoena, no Rio de Janeiro, os seus familiares descartaram a tese de que o sertanista vinha sendo ameaçado de morte. Para a polícia de Rondônia, o caso “está totalmente encerrado”. O Ministério da Justiça ainda tem dúvidas sobre a versão do assalto – e se cogita da criação de uma força-tarefa federal para investigar o caso. Se persistirem suspeitas sobre os motivos do crime, o caso passará definitivamente para as mãos da Polícia Federal.