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Com exclusividade para a coluna, o estilista americano Marc Jacobs foi entrevistado pela empresária Maythe Birman, da Arezzo. Reverenciado mundialmente, ele ganhou em junho o prêmio de melhor estilista de moda feminina do ano no Council of Fashion Designers of America, o Oscar da moda. Recém-separado do brasileiro Lorenzo Martone, o diretor criativo da Louis Vuitton diz que as brasileiras são “very well dressed”:

Maythe Birman – Você acha as brasileiras elegantes?
Marc Jacobs – Sei que as brasileiras são antenadas na moda e têm muita informação. Se pensamos em acessórios, sei que elas gostam
das show bags (bolsas que acabaram de sair das passarelas). Quando estive no Brasil também vi que as brasileiras amam se vestir bem…e são muito bem-vestidas, por sinal. Falando de personalidade, todas as meninas que conheci até hoje são calorosas e sexy! Como Gisele Bündchen, Raquel Zimmermann, Daiane Conterato e Aline Weber.

Maythe – Como é o seu trabalho na Marc Jacobs e na Vuitton?
Jacobs – Completamente diferentes. A marca que eu e Robert Duffy criamos mostra nossa visão, nossos amigos, nossa Nova York. É muito pessoal. O Marc que trabalha na Louis Vuitton  é um americano em Paris, trabalhando com um time maravilhoso. Meu nome não é Louis Vuitton. Sou um colaborador, levando criatividade e fazendo meu papel de diretor criativo. 

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CHIQUE
Maythe Birman com sua showbag Carroussel da última coleção Fall/Winter 2011 da Vuitton no 
jantar de Mariana Auriemo para Yves Carcelle, CEO da grife, na quarta-feira 25, em São Paulo.
No detalhe, bastidores do desfile da LV, em Paris
 

Maythe – O que faz como diretor criativo?
Jacobs – Já fomos em várias direções, mas a essência do trabalho é celebrar. Celebrar herança, tradição, trabalho manual minucioso, o logo e tudo que é icônico. Não falamos de uma Casa que nasceu para a moda, mas uma Casa que nasceu da manufatura de bolsas e malas. É o ponto de partida. Valorizamos essa essência e criamos novidades, elevando a barreira um pouco mais. A cada estação, damos um passo mais largo e fi camos melhores. Um dos meus desafios na Vuitton é educar clientes para que apreciem materiais especiais, proporções deslumbrantes e a simplicidade do design. Quero que admirem o trabalho manual dos artesãos que fazem as bolsas. 

Maythe – Seu último desfile para a Louis Vuitton, em março, celebrou o corpo feminino e causou impacto na moda. Inspirou-se na mulher voluptuosa?
Marc Jacobs – Sim! Mulheres, mulheres. Dissemos tudo com a trilha do fi lme “And God Created Woman”. Pensamos nas qualidades femininas, na beleza e nos valores e alegrias de ser mulher. Pensamos em idades e formas: altas, baixas, magras, voluptuosas. Tenho sorte em trabalhar com grandes profi ssionais de Nova York e Paris. A parte mais divertida para mim foi montar o casting deste último desfile. Nosso critério foi: quem é deslumbrante, quem pode entrar na passarela e arrasar! Quando você olha as meninas, pensa na personalidade e na força da beleza de cada uma e imagina: o que poderiam usar? O que irá fazê-las ainda mais vistosas? É quase um trabalho de pintor.

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Maythe – Como foi trabalhar com as supermodelos do passado?
Jacobs – Incrível. Amo todas. Algumas fazem parte da minha vida desde que comecei, como Elle Macpherson. Fizemos um desfi le 20 anos atrás. Foi ótimo trabalhar com a Laetitia Casta, um símbolo de Paris. Foi uma alegria trabalhar com mulheres tão deslumbrantes, neste desfi le “non-stop woman”. Observá- las no backstage foi incrível. Uma atmosfera maravilhosa onde víamos a Laetitia ajudando Elle com seu vestido, e a própria Elle, ícone das modelos, ajudando as meninas mais novas. Foi mágico.