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Quando o MIS for reinaugurado no sábado 9, após oito meses de reformas, o público poderá viver experiências tão inusitadas quanto ouvir, degustar, desenhar e sentir fotografias. Dentro da variada programação de abertura, a exposição Lights out: proposições fotográficas em outros campos dos sentidos apresenta fotos em forma de biscoitos, tapetes, desenhos e músicas. Com isso, Daniela Castro, curadora da exposição, quer mostrar que a imagem visual é apenas um dos resultados possíveis do processo fotográfico, mas não o único. Refletir sobre a fotografia contemporânea é questão de primeira ordem para uma instituição que teve, em seu primeiro enunciado, na época de sua fundação em 1970, o intuito de documentar e registrar a vida brasileira. Mas a fotografia, hoje, tem seu estatuto documental questionado. E não é só a fotografia que está mudando. "O MIS foi concebido quando já havia uma eclosão das mídias – o vídeo, a tevê, o rádio, a fotografia – e trazia em si a idéia da convivência entre elas, embora fossem tratadas de forma seccionada. Pensar o MIS do século XXI significa fazer a convergência entre as mídias", explica Daniela Bousso, a nova diretora do museu.

i55339.jpgO atual projeto foi concebido em torno de quatro eixos – acervo, website, programação e LabMIS -, o que denota um interesse em articular o passado e o futuro da instituição, contribuindo para a construção de uma história das mídias no Brasil. O cuidado da atual gestão com a memória se faz não só nas operações de digitalização e restauro da coleção de 300 mil itens do museu, mas na política de revalorização desse acervo. A mostra Paradigmas do experimental, curadoria do teórico de cinema e novas mídias Arlindo Machado, traz à luz 187 filmes, com obras de videoartistas pioneiros como Regina Silveira, Júlio Plaza e Letícia Parente.

Como a um museu do século XXI não cabe só preservar, mas também fomentar a pesquisa e a produção artística, o MIS conta com o primeiro laboratório público de novas mídias do Brasil e com dois editais anuais de bolsas-residências para artistas interessados em desenvolver projetos no espaço. Outro vetor apontado para o futuro é o site, que, além das funções informativas, terá plataformas para transmissões em tempo real e formação de comunidade digital. "Com o site, saímos da fisicalidade do espaço museológico e vamos para o espaço virtual. O museu do século XXI tem dois espaços", diz Daniela.

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