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LONGEVIDADE
Segundo o estudo da Nasa, a Lua encolheu 100 metros em um bilhão de anos

Mesmo que você veja no céu a Lua chamada “crescente”, a verdade é que o único satélite natural da Terra está diminuindo. Esta é a conclusão da análise de imagens produzidas pela sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da Nasa. Os cientistas observaram que a movimentação do solo lunar gerou “escarpas” – estruturas parecidas com degraus de uma escada – que não haviam sido vistas antes. Isso significa que um movimento tectônico está fazendo com que o diâmetro do satélite diminua. O estudo foi publicado na edição da semana passada da revista especializada “Science”.

“Pelos nossos cálculos, essas escarpas se formaram menos de um bilhão de anos atrás. As mais novas não passam de 100 milhões de anos”, diz Thomas Watters, do Smithsonian’s National Air and Space Museum, em Washington (EUA), chefe da pesquisa. Embora pareça muito, isso equivale a menos de 25% da idade da Lua: estima-se que ela tenha mais de 4 bilhões de anos. Além da origem dessas deformações, os cientistas puderam estimar que a distância entre o centro da Lua e sua superfície encolheu cerca de 100 metros.

A formação da Lua é fruto de um ambiente caótico, intensamente bombardeado por asteroides e meteoros. Essas colisões, junto com a diminuição dos elementos radioativos, tornaram o astro quente. Ao longo do tempo, a Lua foi se resfriando. Mas os cientistas acreditaram por muito tempo que ela encolheu enquanto esfriava, principalmente no começo de sua história. A nova pesquisa revela uma atividade tectônica relativamente recente paralela a esse longo resfriamento. Foi o que gerou a contração do interior lunar.

Falhas iguais a essas foram descobertas durante as missões Apollo 15, 16 e 17. No entanto, as observações anteriores se deram perto do equador da Lua e a tecnologia da época só permitia que se fotografasse cerca de 20% de sua superfície. Nos próximos anos, os cientistas esperam usar as modernas câmeras de alta resolução para traçar um detalhado mapa lunar. Isso pode identificar novas falhas no solo e mostrar se elas têm uma orientação ou outras características que possam estar associadas à atração que nosso planeta exerce sobre o satélite natural.

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