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ESCÂNDALO
Hurd, da HP, surrupiou US$ 20 mil da empresa e gastou tudo com Jodie

A loira da foto acima é a ex-atriz pornô Jodie Fisher, 50 anos presumidos, estrela na década de 90 de filmes como “Obsessão Íntima” e “Labirintos do Desejo”, adepta de decotes generosos e vestidos que pouco escondem, e que nos últimos anos se apresentava como consultora de marketing e promotora de imagem – seja lá o que isso signifique. O sujeito ao seu lado, no alto da página, é Mark Hurd, 53 anos, presidente da Hewlett-Packard (HP), reconhecido no mundo corporativo como um executivo brilhante, principal responsável por transformar sua empresa na maior vendedora de PCs do mundo e que costumava dar palestras sobre ética no trabalho em universidades e outras probas instituições. Por uma dessas ironias do destino, há alguns dias Hurd foi obrigado a pedir demissão por fracassar exatamente naquilo que defendia: o decoro profissional. Segundo os jornais americanos, Hurd assediou sexualmente a loira, falsificou documentos e surrupiou dinheiro da empresa para desfrutar de tórridos prazeres com sua amante. Ele nega tudo, mas a HP não acreditou.

A vida do presidente da HP virou um inferno quando Jodie, conhecida como “pantera faminta” no meio pornográfico, entrou na Justiça com a seguinte acusação: ela teria sido assediada por Hurd. Detalhe interessante: a ex-atriz pornô jura que não cedeu aos insistentes apelos do executivo, e portanto eles jamais fizeram sexo. Jodie trabalhou como consultora de marketing da HP entre 2007 e 2009. Seu trabalho consistia principalmente em organizar convenções e encontros entre a diretoria da HP e clientes. Quando os boatos a respeito do suposto romance com o chefão da companhia de computadores começaram a deixar o âmbito interno da empresa, Jodie acabou sendo demitida. Sentindo-se traída, ela decidiu levar o caso à corte americana. Hurd, casado e pai de dois filhos, teria se safado não fosse uma investigação conduzida por outros integrantes da diretoria da empresa – subordinados dele, a propósito. Descobriu-se que o CEO da HP falsificara informações de gastos pessoais no valor de US$ 20 mil. Segundo o dossiê apresentado à Justiça, o dinheiro foi torrado em viagens de luxúria com Jodie. Agora, a companhia quer o dinheiro de volta.

Nos últimos meses, grandes empresas do setor de tecnologia parecem viver uma epidemia de escândalos sexuais (leia quadro). Charles Philips, copresidente da Oracle, uma das maiores fabricantes de softwares do mundo, passou pelo vexame de ter seu caso extraconjugal escancarado por um imenso outdoor em plena Times Square, em Nova York. Também há pouco tempo, Robert Moffatt, vice-presidente da IBM, perdeu o emprego depois de se envolver com uma analista de mercado. Além da questão moral, está em jogo a imagem das empresas. Antes de a ex-atriz pornô aparecer em sua vida, Hurd era um exemplo acabado de eficiência. Desde que assumiu o comando da HP, a cotação das ações da companhia dobrou de valor. Hoje em dia, porém, mais do que ser apenas gestores competentes, presidentes de grandes corporações atuam como garotos-propaganda de suas empresas. Para o público consumidor, o fato de eles não se comportarem bem no trabalho é motivo suficiente para quebrar a confiança que as pessoas têm em determinada companhia. Assim que o escândalo sexual de Hurd veio à tona, as ações da HP despencaram 10%. Isso explica por que a empresa foi tão veloz em se livrar de seu indiscreto – embora eficiente – presidente.

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