Paisagem submersa/ Galeria Luisa Strina, SP/ até 6/9
Vera barcellos – casasubu/ Galeria Vermelho, SP/ até 27/9
Claudia Andujar – Meu mundo/ Galeria Olido, SP/ até 28/9
Portraits/ Galeria Leme, SP/ a partir de 6/9
Flávio Damm – Preto no branco/ Margs, Porto Alegre /até 31/9

Para dar conta de narrar o drama dos habitantes de sete municípios de Minas Gerais que tiveram suas casas alagadas pela Usina Hidrelétrica de Irapé, o fotógrafo Pedro David registrou um homem usando um escafandro. O drama das vidas invadidas pela água não ganhou um testemunho fotojornalístico, mas uma espécie de dramatização, sem perder seu caráter documental. Pedro David, João Castilho e Pedro Motta, autores do ensaio Paisagem submersa, editado em livro pela Cosac Naify e em exposição em São Paulo, estão alinhados a um documentarismo que busca o equilíbrio entre a objetividade do registro e a expressão da subjetividade. Entre os pesquisadores de novos caminhos documentais incluem-se artistas, fotógrafos e até mesmo jornalistas. Claudia Andujar, que iniciou a carreira como fotojornalista em 1958 e desenvolveu uma cobertura extensiva dos índios ianomâmis, agora documenta sua própria casa, evocando uma questão que é crucial para qualquer fotógrafo: o limite entre o seu mundo e o mundo exterior.

Na série Casasubu, de Vera Chaves Barcellos, a manipulação digital é usada não para "maquiar" o real – como interpretariam alguns adeptos da tecnologia analógica -, mas como estratégia de representação da realidade. A artista utilizou um aplicativo de geração e tratamento de imagens de modo a evidenciar a variedade de estilos arquitetônicos e materiais utilizados na construção das casas de uma praia no Espírito Santo. No ato de recortar, colar e sobrepor fragmentos de imagens, a artista refere-se ao modo construtivo das casas: edificadas como se fossem fotomontagens.

Em sua manipulação deliberada do real, Vera Barcellos se diferencia da postura que regeu boa parte do documentarismo do século XX: o princípio da não- interferência. Para a visão de um dos pontos altos dessa fotografia, Flávio Damm – Preto no branco, apresenta em Porto Alegre uma retrospectiva dos 64 anos de carreira do fotografo gaúcho, que começou na revista O Cruzeiro, em 1948.

Em setembro, em exposição sobre as novas propostas do retrato, o suíço Yann Gross não abusa de recursos de manipulação, nem da invenção de mundos paralelos, mas também não adere ao princípio da não-interferência. Em suas viagens pelos bastidores dos resorts turísticos da Suíça e pelo agreste brasileiro, o jovem fotógrafo lança mão de algo tão simples quanto a interação com o retratado, a fim de captar toda a verdade e a ficção que se escondem por trás de poses e máscaras.

 

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias