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Marina acredita que crescerá com a tevê e o rádio

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Um futuro sombrio ameaça a candidatura de Marina Silva (PV). Um mês depois do início da campanha e após diversas viagens e comícios por todo o País, a senadora ainda patina nas pesquisas de intenção de voto sem conseguir ampliar seu eleitorado. Segundo a última pesquisa Ibope, Marina teria até encolhido de 10% para 7%. A polarização entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra, que se revezam na liderança, parece afunilar o caminho da candidata dos verdes, que carece de alianças com outros partidos para dar capilaridade a sua campanha. Apegada aos preceitos evangélicos e ambientais, Marina tem dificuldade de ampliar o teor de seu discurso no palanque, embora já tenha demonstrado não ser “monotemática”. Para piorar, o que ela tinha de original em seu programa de governo foi absorvido aos poucos pelas campanhas concorrentes, o que representa um desafio ainda maior para quem tem apenas um minuto e dez segundos no horário gratuito da tevê.

“Nosso desafio é massificar a campanha para tornar Marina conhecida do grande público. É dificílimo porque o Serra é muito conhecido, tem um recall altíssimo, e Dilma conta com um cabo eleitoral de primeira grandeza, o Lula”, constata o coordenador da campanha do PV, João Paulo Capobianco. “Por isso, vamos apostar todas as fichas na tevê e no rádio”, diz. Os debates, como o realizado pela Rede Bandeirantes na quinta-feira 5, são uma oportunidade para Marina se apresentar como alternativa “mais viável que Serra” para derrotar Dilma. “É a nossa chance de conquistar o voto das mulheres pobres, da juventude e da classe média”, diz o presidente do PV do Rio, Alfredo Sirkis. Ele diz que não está preocupado com o Ibope e que pesquisas internas do partido mostram Marina com dois dígitos. “No Rio ela tem 14%, em São Paulo tem 12% e em Minas Gerais, 11%.” Sirkis tem esperança na reedição do crescimento obtido por Eduardo Paes na campanha para a Prefeitura do Rio em 2008. “Ele nem aparecia nas intenções de voto, mas nas últimas duas semanas assumiu a liderança e venceu”, lembra.

A falta de cabos eleitorais de peso, segundo os caciques do PV, pode ser compensada pelo grande número de candidatos que o partido lançou a governos estaduais, ao Senado e à Câmara. “Eles começaram a campanha agora e são de fato importantes para uma dispersão maior da candidatura de Marina”, diz Capobianco. O cientista político Antônio Lavareda acredita na possibilidade de crescimento da candidata com sua participação nos debates televisivos, apesar do tempo diminuto no horário gratuito. E garante que Marina não corre o risco de perder o patrimônio eleitoral já conquistado. “Ela não vai cair mais do que isso. Na pior das hipóteses, se mantém nesse patamar”, diz Lavareda. Para Capobianco, a única certeza da coordenação da campanha é que Marina, mesmo estancada nas pesquisas, será “decisiva” num segundo turno. Se é que haverá segundo turno.

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