Pouco mais de dois anos após ISTOÉ desvendar para o País os meandros do mensalão mineiro – como ficou conhecido o milionário  esquema de desvio de dinheiro público para campanhas eleitorais naquele Estado –, eis que a Justiça fi nalmente acatou a maioria das provas e evidências  reveladas pela revista numa série de reportagens.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa, relator do processo, chegou a afi rmar que existem “indícios robustos” de que o ex-governador Eduardo Azeredo participou da articulação de um caixa 2 para fi nanciar sua reeleição e alegou que há provas mais do que sufi cientes para que o hoje senador seja julgado.

Azeredo foi denunciado por crime de peculato e lavagem de dinheiro. A revista ISTOÉ, ainda em setembro de 2007, mostrou pela primeira vez um vasto arsenal de documentos que embasaram a investigação levada a cabo pelo procuradorgeral da República, Antonio Fernando de Souza. Entre esses documentos estava a cópia de um cheque, no valor de R$ 700 mil, do publicitário Marcos Valério, que teria servido para quitar o pagamento de uma dívida do ex-governador com uma locadora de carros.

Extratos bancários, laudos periciais e o relatório final da Polícia Federal, que mostravam o ex-ministro do Turismo Walfrido dos Mares Guia, como operador do caixa 2 da campanha de Azeredo, tornaram-se públicos através das páginas da revista ISTOÉ. Tempos depois, diante doteor da denúncia, o então ministro Mares Guia renunciou ao posto.

O novo capítulo nas barras do STF deixa clara a disposição da mais alta corte do País de apurar a fundo os fatos e de punir os culpados, sejam eles quem forem. Essa iniciativa revigora nos cidadãos brasileiros – eleitores, pagadores de impostos e cumpridores de seus deveres – a crença na Justiça, que, como diz o ditado, tarda mas não falha.

Para uma nação que se pretende democraticamente evoluída, socialmente equilibrada, em sintonia com os países mais desenvolvidos, uma Justiça eficaz e isenta é condição “sine qua non” e incontornável.

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O mergulho que o STF faz agora no mensalão mineiro tem o papel vital de demonstrar essa eficácia.


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