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Quando desembarcaram em Pequim, os atletas e dirigentes americanos já previam que, nesses Jogos Olímpicos, o país poderia perder a hegemonia de décadas. Afinal, a China investiu pesado para chegar à frente no quadro de medalhas. O que não estava previsto era um desempenho tão fraco em esportes nos quais os Estados Unidos normalmente vencem com facilidade. Seja em modalidades como o softbol, em que, pela primeira vez não conquistaram o ouro olímpico, seja no atletismo, que sempre reservou tantas glórias ao país, o desempenho dos atletas de Tio Sam foi fraco. A imagem mais ilustrativa da decepção foi a trapalhada no revezamento 4×100. Na prova realizada na quintafeira 21, o experiente Tyson Gay deixou o bastão cair na pista e, junto com seus companheiros, ficou fora da final. "Não sei o que aconteceu", disse o tricampeão Gay, perplexo, ao fim da prova.

O desempenho ficou tão aquém do previsto que o jornal The New York Times mudou o critério para a publicação do quadro de medalhas para favorecer os EUA. Em vez de mostrar o ranking dando mais peso ao número de ouros, como acontece tradicionalmente, priorizou o total de medalhas, que os americanos têm em maior quantidade. A manobra não camuflou o vexame e é difícil encontrar explicação. Vários fatores contribuíram e a tão propalada auto-suficiência americana foi decisiva. Em Pequim, como acontece em várias outras competições, os americanos do atletismo não treinaram, enquanto outras equipes fizeram uma preparação exaustiva. Dessa vez, não deu certo. Além disso, apesar de manterem boas marcas, houve avanços de países do Caribe e do Leste Europeu, além da própria China. Foi prevendo tais dificuldades que o Comitê Olímpico Americano conseguiu que a seleção de basquete levasse a Pequim os astros da NBA. Diante de um desempenho tão pobre, contar com o time de LeBron James e Kobe Bryant é ter ouro nas mãos.