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ESPIÃO
Leonardo DiCaprio é Cobb: ele precisa cumprir uma dura missão para rever seus filhos

Em seu novo filme, “A Origem”, o cineasta britânico Christopher Nolan, que dirigiu duas produções de “Batman”, abandonou o universo confortável – e de milionárias bilheterias – proporcionado pelos grandes blockbusters para realizar uma obra que remete ao seu clássico cult de 2000, “Amnésia”. Ele aposta num longa-metragem que alia conceitos que agradam a Hollywood, como o ritmo frenético, as cenas de ação e um tema contemporâneo (a espionagem industrial), a outros que deixam os executivos da indústria cinematográfica arrepiados: tramas longas e cerebrais – o filme tem 148 minutos – que despertam pouco apelo emotivo na plateia. Conta-se que, após engordar o caixa dos estúdios americanos com trabalhos bem-sucedidos, Nolan recebeu carta branca para fazer o filme que desejasse. E ele criou roteiro e trama que se baseiam na misteriosa arquitetura dos sonhos – nada mais conveniente a um cineasta. David Lynch, Martin Scorsese e Akira Kurosawa (cujo filme “Sonhos” serviu de inspiração ao cineasta inglês) são apenas alguns diretores que lançaram mão dessa fértil matéria-prima em seus trabalhos.

A HORA DO PESADELO
Cenas que retratam situações vividas pelos personagens envolvidos na história, enquanto eles dormem

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RUÍNAS
As escarpas do litoral da Argélia representam o inconsciente do espião Cobb

Em “A Origem”, o enredo se desenrola numa sociedade do futuro em que é possível invadir os sonhos das pessoas enquanto elas dormem para extrair informações valiosas de seu inconsciente. Leonardo DiCaprio é Cobb, um expert nessa atividade, que precisa cumprir uma missão para rever seus filhos nos EUA: plantar ideias na mente de um indivíduo adormecido para induzi-lo a tomar uma determinada decisão quando acordado. E, como se estivesse perseguido pelo mesmo sonho, o personagem de Leonardo DiCaprio nesse filme remete ao anterior, que interpretou em “A Ilha do Medo”, de Scorsese, também lançado neste ano. Cobb guarda em segredo um drama do passado que envolve a esposa, no caso Mal (Marion Cotillard), e que é um ponto nevrálgico do enredo.

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AÇÃO
Cenas tradicionais de luta e mergulho no mundo onírico para agradar a todos os públicos

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A narrativa é confusa no início da projeção, como são os sonhos na vida real, mas o excelente roteiro consegue manter o espectador conectado à história. A superprodução de US$ 200 milhões tem tomadas em Tóquio, Los Angeles, no Canadá, em Londres, Paris e na Argélia e exibe cenas e eventos tão mirabolantes e fantásticos que só poderiam mesmo ser imaginados em sonho.