Clique nos players abaixo e assista a cinco dos vídeos virais brasileiros que mais repercutiram na internet

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Conheça o "Dilmaboy", um defensor de Dilma Roussef que acertou na fórmula de um vídeo viral

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"Cala Boca Galvão". Assista (em inglês) à produção de Fernando Motolese que teve mais de um milhão de visualizações

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"Traição", acerto de contas na web. Mulher traída pelo esposo com sua melhor amiga divulga na internet o vídeo da discussão com a amante

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"Tapa na Pantera". O depoimento de Maria Alice Vergueiro sobre sua rotina de 30 anos como usuária de maconha

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"Ronaldinho e a Trave". Em mais um vídeo de sucesso na web, o gaúcho dos Ronaldos dá um show de precisão em seus lances no gramado

 

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CABO ELEITORAL
Paulo Reis, o“Dilmaboy”:  dancinha ridícula
em paródia de Lady Gaga

 

Um dos garotos-propaganda de Dilma Rousseff surgiu de uma forma inusitada. O estudante goiano Paulo Reis, 25 anos, escolheu a candidata do PT para sua primeira tentativa de um vídeo viral – aqueles que se espalham pela internet como rastilho de pólvora por meio de indicações de um conhecido para outro. Como tema, uma paródia da música “Telephone”, de Lady Gaga. Na letra, Reis afirma que Dilma vai ganhar de Serra, candidato do PSDB. Com uma dancinha rídicula e um exótico keffieh enrolado no pescoço, o vídeo bombou na rede e consagrou Reis como o “Dilmaboy”. “Nas primeiras duas semanas, foram 800 visualizações. Depois que foi republicado pelo site Papel Pop, pulou para 50 mil views”, diz o estudante. Com mais de 150 mil visualizações em menos de um mês, o Dilmaboy chamou a atenção até da candidata, que agradeceu a homenagem em sua página no Twitter. 

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O Dilmaboy possui muitas das características que fazem um vídeo se tornar fenômeno na rede. De acordo com um estudo feito pelo portal de entretenimento Pix, a fórmula do viral perfeito seria um vídeo curto, com um homem adulto como protagonista, paródias ou conteúdo bizarro. “Usei linguagem repetitiva, de fácil memorização, escolhendo frase por frase”, diz Reis. Eleitor de Lula nas duas últimas eleições, ele jura que não está associado à campanha de Dilma, mas vai participar de comícios do PT na cidade onde mora. “Não tive nenhum tipo de pretensão política. Só achei muito chato o PT ter escolhido um marqueteiro nos Estados Unidos para cuidar da campanha nas redes sociais”, afirma. Para aproveitar o embalo, Reis já prepara o próximo candidato a viral – que ainda é segredo. 

Mas o que populariza um vídeo desses? Os especialistas são unânimes: o interesse dos internautas, e não é fácil prever o que vai cair no gosto da massa. “Quanto mais espontâneo, mais chances o vídeo tem”, diz Felix Ximenez, diretor de comunicação do Google Brasil. Outro fator é um bom senso de timing. “Aproveitar um tema recente, que seja tendência ou moda, ajuda”, diz Jair Tavares, diretor de atendimento e planejamento da Pólvora, agência de comunicação especializada em mídias sociais. “É imprescindível propagá-lo em redes sociais também.” 

Foi a estratégia de Fernando Motolese, 27 anos, produtor de vídeo paulistano, ao lançar durante a Copa do Mundo o “Cala Boca Galvão”, que teve mais de um milhão de visualizações. Quando a expressão Cala Boca Galvão estava entre os assuntos mais comentados do Twitter, ele usou sua expertise na produção de vídeos institucionais para criar um apelo ecológico em que Cala Boca Galvão significaria Salve os Pássaros Galvão. Depois de bombar no Brasil, o vídeo se espalhou no Exterior, onde a brincadeira chegou a revistas e jornais como o “The New York Times”. “É uma divulgação indireta do meu trabalho. Estou na cabeça das pessoas. Algumas empresas americanas já me contataram”, diz Motolese, que está prestes a lançar outro vídeo. O Cala Boca Galvão é um dos candidatos a webhit no MTV Awards Brasil. 

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“É uma divulgação indireta do meu trabalho. Algumas
empresas americanas já me contataram”

Fernando Motolese, Criador do “Cala Boca Galvão” 

Outro segredo para os virais se espalharem rapidamente é ter padrinhos, pessoas influentes na web que repassem esse vídeo a suas redes de contatos. “Muitas agências fizeram isso nos últimos anos. O problema é que, se o conteúdo não é bom o suficiente, os acessos não têm crescimento consistente”, diz Bruno Tozzini, coordenador de mídias sociais da DM9. E, para que esse conteúdo seja considerado relevante, três fatores pesam, segundo José Carlos Rodrigues Pinto Filho, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing, de São Paulo: gerar status, fazer o bem ou fazer o mal. “Ser o primeiro a repassar um vídeo descolado ou engraçado ajuda a pessoa a ter valor maior dentro do seu grupo, ligado a conhecimento, exclusividade ou pioneirismo”, diz Rodrigues. Muitas vezes, a pessoa retransmite por acreditar que o vídeo pode ser útil ou interessante para sua rede, ou para falar mal, como no vídeo do Barraco de Sorocaba, no qual uma mulher confronta a amante do marido; ou o de Daniella Cicarelli, flagrada por um paparazzi transando na praia em 2006. 

Embora pareça apenas entretenimento, o mecanismo dos virais é fundamental no sucesso de negócios baseados na web. O livro “Viral Loop”, de Adam Penenberg, professor de jornalismo e diretor-assistente do programa de negócios e economia da New York University, discute se o viral se tornou chave para o sucesso de diversas companhias no mundo. “É um sistema de referências muito poderoso”, afirma. “É um retorno positivo de algo, que cria um círculo virtuoso. O usuário se torna um divulgador.” Basicamente, é o mesmo mecanismo do boca a boca, em que um produto ou serviço é referendado e, portanto, já chega a novas audiências com credibilidade. Mas na rede tem um alcance muito maior.  

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Colaborou Adriana Nicácio