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PRONTIDÃO
Chávez colocou Exército em alerta máximo na fronteira com a Colômbia

Na tarde da quinta-feira 22, na porta do Palácio de Miraflores, em Caracas, e acompanhado do ex-jogador Diego Maradona, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, deu seu veredicto na relação de seu país com a vizinha Colômbia: “Não nos resta, por dignidade, senão rompermos totalmente as relações diplomáticas com a irmã Colômbia, e faço isso com lágrimas no coração”, disse. Chávez lamentava a atitude do embaixador colombiano Luis Alfonso Hoyos, que naquele momento apresentava ao Conselho de Segurança da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, supostas provas documentais de que a Venezuela abrigaria e protegeria em 87 acampamentos ao menos 1,5 mil guerrilheiros colombianos das Farc e do Exército de Libertação Nacional (ELN). A reação imediata do líder venezuelano foi colocar “em alerta máximo” os 2,2 mil quilômetros de fronteira compartilhada com a Colômbia e classificar seu presidente, Álvaro Uribe, de “mafioso” e “mentiroso”.

As tensões entre Bogotá e Caracas, no entanto, não são novidade. De 2005 para cá, os governos já cortaram relações em três ocasiões. A última crise antes da atual ocorreu em agosto do ano passado, quando Chávez cortou relações comerciais com a Colômbia em protesto ao acordo militar entre Bogotá e Washington que permitiu aos Estados Unidos utilizar bases militares colombianas. Desde então, as coisas não melhoraram. “Uribe é capaz de mandar montar um acampamento simulado em território venezuelano para gerar uma guerra entre Colômbia e Venezuela”, acusa Chávez. “Se dizem que esse não é território venezuelano, deve ser porque a Venezuela renunciou à soberania sobre ele”, defende Hoyos.

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“Lula tem procurado reduzir essa tensão entre os dois países”
Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência

O rompimento da Venezuela com o país vizinho repercutiu no mundo todo. Chávez disse na quinta-feira 22 que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o secretário-geral da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), Néstor Kirchner, expressaram por telefone sua “preocupação” com a crise política entre os países. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também pediu que Colômbia e Venezuela resolvam suas diferenças por meio do diálogo. O novo vice-presidente colombiano, Angelino Garzón, que tomará posse no próximo dia 7 com o presidente eleito Juan Manuel Santos, disse estar disposto ao diálogo e fazer “todo o possível” para restabelecer as relações diplomáticas com a Venezuela. Resta agora aos países envolvidos e ao mundo esperar para ver qual será a reação do controverso presidente venezuelano.

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