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Ser estrangeiro não é fácil. Quem resolve emigrar precisa de disposição para, no mínimo, aprender outro idioma. Aos que vão com a cara e a coragem há ainda o desafio do emprego. Na China, porém, quem tem visual ocidental pode se arranjar, temporariamente, com mais facilidade do que se imagina. Isso se a pessoa estiver disposta a se passar pelo que ela não é. Em cidades pequenas no interior do país é relativamente comum ver empresas buscando homens e mulheres com feições europeias para impressionar clientes em reuniões e almoços de trabalho. “Há oportunidades de emprego para mulheres bonitas e homens que ficam bem de terno”, explica a agência Rent a Laowai (Alugue um estrangeiro), em anúncio postado nos classificados “The Beijinger”. “Esteja pronto para sorrir e apertar muitas mãos”, completa a descrição.

Foi o que fez o americano Jonathan Zatkin, que mora em Pequim. Procurado pelo dono de uma rede de joalherias espalhadas pela China, ele concordou em participar da inauguração de uma loja como um ourives italiano. “Fiz até um pequeno discurso”, disse Zatkin à rede de televisão americana CNN. Pela encenação ele ganhou mil yuan (R$ 520). “O estrangeiro goza de bastante prestígio na China”, disse o jornalista Hongyong Lu à ISTOÉ. “Mas esse tipo de coisa não acontece nas grandes cidades”, ressalva.

A mentira como negócio não é novidade. Empresas americanas e inglesas especializadas em fornecer álibis para as mais variadas situações existem há anos. É o caso da Fake Alibi e da Alibi Network que oferecem serviços como o de hotel e seminário virtuais (leia quadro acima). Para muitas pessoas a ideia de contratar alguém para elaborar uma mentira pode parecer mais trabalhoso do que contar a verdade. Mas o sucesso de empresas como a Alibi Network dá a medida do quanto alguns preferem falsear a realidade.