img.jpgimg1.jpg
CAIXA DE VIDRO
Um dos chalés de um hotel na Suécia, o Mirrorcube é todo espelhado e se funde à floresta boreal.
No detalhe, interior do apartamento para um casal: diária de R$ 1.010

Saem as paredes de madeira aparente, os troncos repletos de formiga e a decoração rústica. Entra em cena o design futurista. Graças a um grupo de designers estrangeiros, a casa na árvore, principal símbolo da arquitetura rústica, atinge um novo patamar arquitetônico. Ou seja, deixa de se parecer com o lar de Tarzan para ganhar conforto e sofisticação. O Tree Hotel é o melhor exemplo dessa tendência. Inaugurado na semana passada em plena floresta boreal de Harads, na Suécia, ele possui quatro chalés – dois deles já estão disponíveis ao público e os demais devem ser abertos nos próximos dias. Construídos ou presos a troncos de árvores, foram projetados por renomados arquitetos nórdicos.

O Mirrorcube (cubo espelhado), desenhado pela dupla de suecos Bolle Tham & Martin Videgard, é a grande estrela do Tree Hotel e o mais representativo do movimento. Trata-se de uma caixa com área de 16 metros quadrados e pé-direito de quatro metros, cuja estrutura de alumínio é montada na própria árvore, que abriga confortavelmente um casal. O cubo de paredes espelhadas reflete a paisagem ao seu redor e parece se fundir ao ambiente, mas não ignora a filosofia das antigas casas na árvore. “Garantimos a sensação de refúgio e a integração com a natureza”, diz Britta Lindvall, proprietária do local. O hotel fica a 60 quilômetros do Círculo Polar Ártico, onde acontece um dos maiores espetáculos da natureza, a aurora boreal. “Aqui, a paixão pela arquitetura e pelo design contemporâneos encontra o desejo de morar em meio à natureza, o que nos remete à infância”, resume Britta. A diária no Mirrorcube custa R$ 1.010.

img2.jpg

As novas casas na árvore trazem elementos de suas precursoras. Para se ter acesso às alturas, por exemplo, a pessoa deve usar escadas de corda e madeira, que depois são alçadas ao alto, ou pontes feitas dos mesmos materiais. Mas não deixam de ser tecnológicas. Para evitar que pássaros colidam com o Mirrorcube, o espelho foi coberto com uma película transparente de cor ultravioleta, não captada pelo olho humano, mas reconhecida pelos animais. Outra tendência desta nova geração é a sustentabilidade. A casa de campo 4Tree House, do arquiteto canadense Lukasz Kos, é fixada nos troncos de quatro árvores e tem três andares. Situada no Lago Muskoka, no Canadá, a construção possui paredes que têm função de persiana. Durante o dia, o sol dispensa o uso de energia elétrica. À noite, com as luzes acesas, parece uma lanterna de grandes proporções, desobrigando o uso da iluminação externa.

Nem todos os projetos saem do papel, mas a imaginação dos arquitetos que querem tornar casas na árvore opção de moradia – em tempos em que o contato com a natureza se torna um luxo cada vez maior – não tem limites. O LifePod, uma espécie de cápsula itinerante que pode ser instalada entre árvores com a ajuda de cabos de sustentação, foi projetado pelo arquiteto de São Francisco Kyu Che, em 1997. Desde então, ele sonha em torná-lo realidade. “Trata-se de um projeto experimental”, diz Che. “Mas as especificações para a construção já foram desenvolvidas, e ele está pronto para ser fabricado.” É o velho sonho de infância com sofisticação e glamour.

img3.jpg