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ESTILO O penteado de Henrique Avelar faz sucesso

Haja cera, secador e habilidade para segurar a onda que vem fazendo a cabeça do público masculino. Literalmente. Tendência internacional, o chamado penteado vertical começa a aparecer no Brasil, ao estilo topete, ícone dos anos 50 e hit para gerações das décadas de 80 e 90.

A diferença é que a aparência, agora, é desarrumada. Nos tempos de James Dean (1931-1955), o ator que encarnava a rebeldia, os fios ficavam alinhados e adestrados com brilhantina. Agora, as pontas são irregulares e os cabelos podem ficar espetados, ondulados ou revoltos no topo da cabeça.

Nas laterais, pouco volume. O desleixo, no entanto, é só fachada. Em frente ao espelho, os jovens investem tempo na preparação e gastam uma quantia considerável com gel, cera, spray, xampus e finalizadores um arsenal de utensílios de beleza que já foi considerado apenas coisa de mulher. Mas, no mundo contemporâneo, a vaidade masculina é saciada com inúmeros produtos voltados só para eles nas prateleiras.

Segundo o Instituto Euromonitor, o Brasil é o segundo maior mercado do mundo para a beleza masculina, com movimentação de cerca de R$ 3,9 bilhões em 2008 – 27,3% a mais do que o ano anterior atrás apenas dos Estados Unidos no quesito homem vaidoso.

“O brasileiro costuma adaptar a moda internacional para um estilo mais clássico. Mas, definitivamente, perdeu o medo de mexer no cabelo”, afirma Wanderley Nunes, dono da rede de salões Studio W, em São Paulo, que tem 30% da clientela formada por homens.

No carioca Hush Hush, em Ipanema, que atende a um público descolado, cerca de 50% dos jovens já saem de lá com design de topete.

“Eles deixaram o barbeiro e encaram a produção”, constata a cabeleireira Mariana Gorini, 30 anos.

Muitos cortes são versáteis, até por necessidade. Podem ser disfarçados em ambientes de trabalho mais sóbrios, por exemplo, como se fossem uma comportada franja comprida. Um problema que o mineiro Henrique Avelar, 24 anos, não tem porque é profissional liberal, arquiteto, e mora no Rio de Janeiro. “Recebo elogios até de pessoas mais idosas”, garante ele, que já tem prática em moldar os fios em casa com spray e secador.

Para o cabeleireiro Glecciano Luz, Avelar é o exemplo de homem moderno, que “faz luzes, reflexos invertidos para disfarçar os fios brancos e alisa as madeixas.” O stylist José Camarano, editor do site Gema TV, arruma seu farto topete apenas com as mãos. Para ele, o penteado é tendência: está nas passarelas e nas ruas. “Mas não é para qualquer um, precisa ter personalidade para carregar”, defende.

O topetão, segundo Roger Lemos, designer de cabelos do carioca Visage Coiffeur, “é uma forma de se diferenciar e ter estilo.” As mulheres, segundo os adeptos e os especialistas, aprovam o modelito capilar que marca a masculinidade até porque é exclusivo para os homens.

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