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A dez semanas do primeiro turno das eleições, os três principais presidenciáveis colocam os QGs de suas campanhas em ação. A candidata do PT, Dilma Rousseff, saiu na frente ao inaugurar seu comitê em Brasília na terça-feira 13. Ocupa três andares de um edifício chamado Vitória, mas o nome não pesou na escolha do imóvel. “Não foi superstição, foi coincidência”, diz o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT). O presidenciável José Serra, do PSDB, instalou o comando da campanha no antigo Edifício Joelma, no centro de São Paulo, prédio do qual saiu vitorioso para a prefeitura paulistana, em 2004, e para o governo do Estado, dois anos depois. Por causa das tragédias do passado, o edifício tem fama de ser mal-assombrado, mas o tucano acredita que azares antigos não influenciam disputas eleitorais. A candidata do PV, Marina Silva, está abrigada em um espaço charmoso, antes dedicado à música alternativa de qualidade, cedido pela historiadora Gisela Moreau, na Vila Madalena, em São Paulo.

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COMANDO
O senador Sérgio Guerra nas obras do comitê de Serra

Nos QGs, a ocupação dos cômodos revela a relação de poder entre os candidatos e sua equipe. Dilma despacha numa sala no primeiro andar. Bem ao lado, fica o deputado Antônio Palocci (PT-SP), um dos coordenadores da campanha e seu principal conselheiro. Colado à sala de Palocci, está o espaço reservado para o candidato a vice, Michel Temer, que reuniu a maioria do PMDB em torno de Dilma. Do lado oposto do corredor, se localizam as salas do presidente do PT, José Eduardo Dutra, e do secretário-geral do partido, deputado José Eduardo Cardozo. A sobreloja é destinada a representantes dos partidos aliados, como os peemedebistas Moreira Franco e Mangabeira Unger. As equipes de comunicação, marketing e internet, que ocupavam uma casa no Lago Sul, foram transferidas para o comitê, onde no momento trabalham 30 pessoas. Estima-se que esse número possa chegar a 100 quando a campanha esquentar. A casa do Lago Sul será usada para as reuniões mais reservadas de Dilma. Já a área financeira permanecerá distante da candidata, em Diadema (SP), domicílio do tesoureiro José de Filippi Junior.

No topo do QG de Serra, no 22º andar do antigo Edifício Joelma, está instalada a sala do senador Sérgio Guerra, coordenador-geral da campanha, figura fundamental na ponte com os partidos aliados. No mesmo pavimento foram alojados serristas de alta plumagem: a senadora Marisa Serrano, responsável pela agenda; Caio Carvalho, coordenador de eventos; e Francisco Graziano, coordenador do programa de governo. Quarenta pessoas trabalham no QG, mas Serra não tem sala no Joelma, pois prefere usar o escritório cedido por uma amiga na Vila Madalena. Mas quem conhece Serra de outras campanhas sabe que a ausência da sala reflete apenas seu estilo de fazer política: de fato, ele frequentará todos os cantos do comitê. No outro pavimento do QG fica o coordenador de infra-estrutura Sérgio Kobayashi, aquele que, desde sempre, faz funcionar a máquina das campanhas tucanas. No térreo do Joelma, está quase pronto um espaço multiuso de quatro campanhas: a de Serra, a de Geraldo Alckmin, candidato tucano ao governo paulista, a de Aloysio Nunes Ferreira e a de Orestes Quércia, candidatos ao Senado, pelo PSDB e PMDB, respectivamente. “Estamos montando também comitês regionais”, explicou Sérgio Guerra, enquanto acompanhava as obras no Joelma. O recém-chegado vice de Serra, deputado Índio da Costa (DEM-RJ), ficará longe do QG, com uma estrutura própria no Rio de Janeiro. As salas do comitê de Serra foram sublocadas do DEM, mas nelas não há lugar para os partidos aliados, ao contrário do que se vê no QG petista.

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SEM DIVISÓRIAS
O candidato a vice, Guilherme Leal, com Marina Silva

Num espaço com muitas plantas, pé-direito duplo e praticamente sem paredes divisórias, o QG de Marina Silva abriga por enquanto 40 pessoas. Trabalham no mesmo ambiente as equipes de agenda, internet e imprensa. As reuniões são feitas no salão que ocupa quase todo o primeiro pavimento do imóvel. No mezanino, Marina recebe pequenos grupos. O comitê financeiro da campanha está alojado em escritório montado no Itaim. Apostando na descentralização, a candidata do PV conta com um movimento suprapartidário que estimula a criação de minicomitês – as Casas de Marina – em residências particulares. Nos dois primeiros dias, 111 casas foram cadastradas. Esta semana está prevista a inauguração de duas casas em Nova York.