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CIÊNCIA E FÉ
O morto Daniel (Jayme Matarazzo) e a viva Viviane (Nathalia Dill):
ela vai engravidar dele inseminando em laboratório o seu sêmen congelado

Um rapaz morre e usa poderes paranormais de uma vidente para proteger a mulher amada. Esse pressuposto espírita, que já rendeu um dos filmes mais vistos de todos os tempos, “Ghost – do Outro Lado da Vida”, agora faz sucesso também na tevê. Na novela “Escrito nas Estrelas”, que a Rede Globo exibe desde abril, às seis horas, a atriz

Nathalia Dill interpreta uma garota pobre do subúrbio carioca que conquista o coração de um jovem rico justamente no dia em que ele sofre um acidente de carro – e morre. Volta e meia, ele tenta se comunicar com uma cartomante e, assim, faz chegar à moça os seus cuidados. Cada vez que isso acontece, o ibope da telenovela vai às nuvens: na semana passada, por exemplo, a média foi de 31 pontos, um fenômeno para o horário das seis horas. Não raro, a atração esbarra nos índices de “Passione”, carro-chefe da emissora, e vem registrando a maior performance dos últimos anos nessa faixa de programação. A continuar assim, ­veremos nascer um novo horário nobre.

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Enredos fantásticos e sobrenaturais sempre atraem grande público, mas, no caso dessa trama da autora Elizabeth Dhin, a fórmula vem acrescida de atrativos pouco comuns em enredos do gênero, como o romance e o humor. Isso suaviza uma história que, inevitavelmente, toca em assuntos como morte, perda e sofrimento. “Acho que a espiritualidade não exclui a alegria. O bom humor é fundamental para se encarar a vida de uma forma leve”, diz a autora.

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O romance entra na novela de uma maneira ousada para o formato das seis horas. Com o desaparecimento do amigo que pouco conheceu (Daniel, interpretado por Jayme Matarazzo), a personagem Viviane (Nathalia Dill) se envolve com o pai do rapaz, o médico Ricardo (Humberto Martins), dono de uma famosa clínica de fertilização. Um triângulo amoroso atípico se forma: a pedido do médico, Viviane vai ficar grávida de seu filho, que antes de morrer havia congelado o sêmen. Parece absurdo? Um pouco, mas o público crescente já se habituou a essas reviravoltas e tem respondido com grande interesse: em Pernambuco, por exemplo, os picos de audiência têm sido de 39 pontos. Contribui para isso a espirituosidade de alguns personagens, como a impagável dupla de vilãs vivida por Zezé Polessa e Débora Falabella, mãe e filha arrivistas, de olho no patrimônio do obstetra. As estrelas, contudo, sorriem apenas para a mocinha Viviane. Segundo Nathalia Dill, essa “Cinderela do século XXI” caiu no gosto do público por não ser uma mocinha perfeita: “Ela é bastante realista, muito ­humana.” Doutor em teledramaturgia, o pesquisador Mauro Alencar acha que “Escrito nas Estrelas” tem conquistado o espectador pelo modo como dosa os conflitos e expõe as questões espirituais: “O que pesa em uma novela é o desenvolvimento de personagens. E essa é uma história apaixonante, digna de grandes folhetins.” Ponto para a Globo, ao apostar na renovação.


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