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Assista ao vídeo de divulgação da "Epidemik"

 

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Imagine que você está andando pelas ruas de Nova York, nos Estados Unidos, e de repente precisa se proteger de um atentado bioterrorista que deflagra uma doença pulmonar fatal. Você saberia como agir? Outra questão: você se lembra das principais atitudes para evitar a gripe suína? A maioria das pessoas não sabe ou não lembra direito. Até porque o mais comum é só desviar a atenção das questões do cotidiano para esses temas difíceis na iminência de novos surtos. Mas a exposição francesa “Epidemik”, em cartaz na Estação Ciência, em São Paulo, até 26 de setembro, conseguiu superar a dificuldade que é capturar o interesse de jovens, adultos e crianças para esses assuntos cada vez mais presentes no nosso cotidiano com uma solução inédita e criativa – um megavideogame, instalado em um tabuleiro eletrônico de 165 metros quadrados e com uma tecnologia que faz de cada um dos 40 jogadores uma peça-chave no resultado final do jogo.

Assim que a pessoa põe o pé no tabuleiro, ganha uma aura e um círculo numerado que lhe conferem uma condição de saúde e recursos para sobreviver. Em poucos segundos, uma tela de cinema começa a exibir cenas de cidades em meio a uma epidemia, o número de infectados e as medidas a serem tomadas, que também são narradas por um locutor. No solo, dependendo da etapa do jogo, surgem zonas de isolamento e opções, como ir ao hospital por causa do conjunto de sintomas ou para baixo de um mosquiteiro para evitar ser picado por mosquito da malária. “O simples deslocamento no tablado é suficiente para ativar e selecionar opções”, disse à ISTOÉ o criador do jogo, o francês Thierry Prieur. Sua empresa, a Stratosphère, desenvolveu a inusitada tecnologia do videogame em oito meses de trabalho com cientistas, epidemiologistas, estatísticos, engenheiros e cenógrafos. É o primeiro videogame deste tamanho e deste gênero no mundo.

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“O jogo leva a pessoa a um cenário real. Isso ajuda a ver que as
opções feitas reduzem ou pioram o impacto da epidemia”
Thierry Prieur, criador do videogame

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Narrado em português, oferece cinco cenários diferentes de epidemia – além do atentado bioterrorista nos Estados Unidos, há a gripe pandêmica em Cingapura, a Aids em Paris e Moscou, a malária na África e a dengue no Rio de Janeiro, produzida com informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Cada jogo dura 20 minutos e é dividido em blocos. “Começa com a declaração da epidemia, depois a propagação e os meios individuais de enfrentamento”, explica Cristina Moscardi, diretora de comunicação da farmacêutica Sanofi-Aventis, que trouxe a exposição para o Brasil em parceria com a Fiocruz. “O terceiro bloco faz um balanço dos meios usados para lutar contra a epidemia, tanto coletiva quanto individualmente e em termos de políticas de saúde”, diz.

Antes da sala do game, o visitante pode assistir a filmes e reportagens com de­poimentos de sobreviventes e de especialistas que dão um bom panorama histórico e cultural do impacto das epidemias. O resultado desse “pacote” ensina e diverte. “Quem passa pela mostra e pelo game não sai do mesmo jeito”, afirma o infectologista Marcos Boulos, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. A mostra, que passou pelo Rio de Janeiro, foi desenvolvida pelo museu La Citè des Sciences et de L’industrie/Universcience, e vista em Paris, onde estreou, por mais de 300 mil pessoas.

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