Ao entregar o diploma de Brasileiro do Ano para o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, em dezembro de 2003, o presidente Lula discursou para uma platéia de cerca de mil pessoas e afirmou: “Vocês podem ficar tranquilos, a economia vai voltar a crescer.” Lula também disse que “a entrega desse prêmio toma jeito de um evento definitivo no Brasil”. Tinha razão. Nas duas coisas. O ano de 2004 chega ao fim com uma previsão de crescimento acima dos 5% e um concreto otimismo em relação a 2005. Já o prêmio da revista ISTOÉ, que teve seu ponto de partida com a homenagem ao presidente Juscelino Kubitschek como o Brasileiro do Século, no final de 1999, chega agora à sua sexta edição.

E, nesta sexta edição, os homenageados apresentam um ponto em comum.  Tanto o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, o Brasileiro do Ano 2004,  quanto o prefeito eleito de São Paulo, José Serra, Brasileiro do Ano na Política, o ministro Luiz Gushiken, Brasileiro do Ano na Comunicação Social, o deputado do PP Antônio Delfim Netto, Brasileiro do Ano na Economia, e o maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, Brasileiro do Ano nos Esportes, são, todos eles, pessoas dotadas de exemplar resistência e persistência. Além de muito amor pelo Brasil.

José Dirceu, com um passado de resistência à ditadura e trabalhada persistência em ajudar a levar o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, neste ano demonstrou uma incrível capacidade de resistir às adversidades e manteve suas qualidades à disposição do presidente da República. José Serra, do PSDB, depois de derrotado por Lula em 2002, em caminhada admirável, ganhou a campanha para o estratégico cargo de prefeito de São Paulo. Já o deputado Delfim Netto demonstrou sua tradicional e crescente lucidez em suas análises da realidade econômica. Ele manteve a coerência, resistiu às eventuais tentações oportunistas no Congresso e foi, como interlocutor, um precioso aliado e ao mesmo tempo crítico atento aos caminhos do novo governo. O ministro Luiz Gushiken, que, com coragem e estoicismo orientais, enfrentou doenças e adversidades, foi, como ministro-chefe da Secretaria de Comunicação e Gestão Estratégica da Presidência da República, o responsável pela vitoriosa campanha para ajudar a resgatar a auto-estima nacional.

E, finalmente, Vanderlei Cordeiro de Lima, nosso maratonista, transformou-se em um ícone da resistência na Olimpíada da Grécia. Vanderlei resistiu ao insano ataque do ex-padre irlandês e demonstrou ao mundo que uma medalha de bronze pode ser muito mais valiosa que uma de ouro. Além do bronze, Vanderlei ganhou a rara e cobiçada medalha do Barão de Coubertin e é a personificação da campanha de Gushiken, que tem como slogan “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”.

ISTOÉ – com sua atenção aos erros e acertos dos brasileiros – é uma revista que acredita e aposta no Brasil, passa ao largo de qualquer tipo de nacionalismo piegas ou perigoso e tem orgulho em homenagear os nossos patrícios acima citados.