Comportamento

Engenheiros solidários
Profissionais dos EUA buscam soluções simples para os problemas da população Amazônica

Renata Cabral

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Nos mesmos moldes dos Médicos Sem Fronteiras, existem os Engenheiros Sem Fronteiras – rede de ajuda humanitária criada em 2000 nos Estados Unidos, menos conhecida que os parceiros da área de saúde, que surgiram na década de 70. Em vez de remédios e diagnósticos, eles oferecem soluções para aumentar a qualidade de vida de populações carentes, levando, por exemplo, energia, saneamento básico e água limpa a quem precisa, com tecnologia barata e sustentável. Atualmente eles estão presentes em mais de 40 países e o Brasil acaba de ser incluído nesta lista.

A turma de engenheiros solidários atua aqui em um projeto no Acre, no município de Assis Brasil, que faz parte da reserva extrativista Chico Mendes e tem seis mil habitantes trabalhando na extração de castanha e látex. Desde 2006, estudantes e professores de engenharia da Universidade de Massachusetts já estiveram duas vezes na cidade.

i79769.jpgUma vez na Amazônia, eles mergulharam na cultura da região: hospedaram-se em casas de nativos e ficaram impressionados com o conhecimento deles dos recursos naturais, mas estranharam o hábito de dormir na rede e a culinária local. "A prendemos mais do que ensinamos", disse James Duda, engenheiro ambiental americano. O maior choque foi a total falta de saneamento e de condições mínimas de higiene, sobretudo a péssima qualidade da água, armazenada em recipientes expostos à contaminação. Como solução, propuseram um projeto de caixad’água alternativa feita com madeira da região e um filtro natural de pedras e areia (leia quadro). A população local acompanhou a construção e compartilhou seu conhecimento com a equipe.

A engenheira brasileira que estudou em Massachusetts e despertou o interesse do grupo para o projeto, Marina Pereira, explica que o próximo passo é treinar os moradores para que a caixa seja replicada em cada casa. "Queremos melhorar a qualidade de vida básica e ajudá-la a continuar a existir", afirma.