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Na segunda-feira 21, durante o New York Forum, um dos assuntos predominantes entre os 300 maiores empresários dos Estados Unidos foi o plano de capitalização da maior empresa brasileira. Para enfrentar os investimentos necessários à exploração do pré-sal, a Petrobras vai realizar a maior chamada de capital de sua história. Quer buscar no mercado US$ 50 bilhões, através de oferta pública de ações. A convite do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, o vice-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo e da Associação Brasileira das Indústrias de Base, Juan Quirós, participou do evento e disse à ISTOÉ que a marca Petrobras foi citada várias vezes durante os debates. “Ficou claro que a Petrobras não terá problemas para captar recursos no Exterior. A empresa tem projetos, inovação tecnológica e viabilidade financeira”, afirmou Quirós. Para os investidores brasileiros também se abrirá uma excelente oportunidade. Ainda não há detalhes sobre o lançamento, mas será possível usar o FGTS para comprar ações da estatal e certamente haverá condições facilitadas para pequenos poupadores. Ser acionista da Petrobras deixará de ser privilégio de poucos.

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FÔLEGO
A Petrobras quer recursos para aumentar a produção em 38%

Os investidores também poderão se tornar acionistas de outro símbolo imponente da presença do Estado na economia: o Banco do Brasil, que recorrerá ao mercado de capitais para aumentar seu patrimônio e alavancar a capacidade de empréstimos. Vai captar R$ 8,1 bilhões a partir desta semana. A oferta primária de ações do BB tem o objetivo principal de capitalizar o banco, permitindo que expanda sua oferta de crédito. A reserva para subscrição terminou na quinta-feira 24. Mas os poupadores terão uma nova chance de comprar ações, pois também haverá uma oferta secundária de R$ 3,1 bilhões dos títulos hoje em poder da União e da BNDESPAR. No caso da Petrobras, a captação mamute de US$ 50 bilhões em ações destina-se a financiar uma parte do grande plano de investimentos da empresa, de US$ 224 bilhões até 2014. Esse volume de recursos permitirá um aumento da produção de petróleo em 38%. O plano ambicioso transformará a empresa numa grande exportadora de derivados de petróleo. “Nosso foco é chegar entre as cinco maiores produtoras do mundo”, anuncia o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.

Banco do Brasil e Petrobras planejam captações
bilionárias no mercado, com oportunidade para
pequenos investidores, que poderão usar o FGTS

No Banco do Brasil, o lançamento já está programado e o preço das ações será conhecido esta semana. Já o lançamento de ações da Petrobras, inicialmente previsto para o fim de julho, foi adiado para setembro. O senador Delcídio Amaral (PT-MS), que acompanha de perto o processo, considerou positivo o adiamento. “Não é o momento para se fazer uma operação como essa, pois a Europa está em crise e tivemos também o acidente da British Petroleum, ainda sem solução”, afirmou o senador. O simples anúncio da capitalização da Petrobras, no entanto, já criou expectativas no mercado e transformou-se em um dos principais assuntos na bolsa esta semana. A dúvida dos investidores é sobre o efeito de uma operação desse porte na economia. “Vai ser a maior oferta global de ações, uma operação jamais vista na história”, diz Daniella Marques, sócia da Oren Investimentos, uma gestora independente de recursos do Rio de Janeiro. “A expectativa é muito grande, pois não existe potencial de fluxo no mercado local para absorver essa oferta. A conta só fecha com a participação dos investidores estrangeiros.” E essa pode ser uma boa notícia para uma parcela de brasileiros. Para cobrir a oferta bilionária, os trabalhadores também serão chamados para participar do plano de capitalização da Petrobras. Até 30% do FGTS poderá ser utilizado na compra de ações. Trata-se de uma operação de risco, pois o trabalhador vai tirar o dinheiro da conta remunerada, com rendimento baixo, porém fixo, e se submeter à oscilação dos preços das ações. Mas o risco pode ser compensador. Afinal, quando se fala de petróleo, todas as cifras são colossais. Alguns analistas estão com as barbas de molho. Mas, nas últimas décadas, as ações da Petrobras sempre deram um bom retorno. Com a exploração do pré-sal, dificilmente será diferente.

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