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“Ear on arm”, uma orelha artificial implantada no braço, feita de cartilagem humana, é o mais recente e polêmico trabalho do artista greco-australiano Sterlac, que leva às últimas consequências a interação entre organismo, máquina e arte. Como um profeta tecnocrático, ele chegou a pregar a obsolescência do corpo humano em razão de suas possibilidades de fusão com a robótica e a engenharia genética. O artista está no Brasil pela segunda vez (a primeira foi durante a 18ª Bienal de São Paulo), para participar do Emoção Art.ficial 5.0 – Bienal Internacional de Arte e Tecnologia, organizada pelo Itaulab. Sterlac apresenta a instalação “Prosthetic Head” (foto), uma projeção em larga escala da cabeça do artista que conversa com o público por meio de um software de inteligência artificial. No sábado 3, ele participa de um debate sobre arte e cibernética.

Com o título “Autonomia Cibernética”, a Bienal apresenta 11 trabalhos de artistas alemães, australianos, americanos, canadenses e portugueses e também obras inéditas de brasileiros que orientam seus trabalhos para as conexões entre arte, cibernética e interfaces tecnológicas. Um exemplo é o grupo Poéticas Digitais, fundado por Gilbertto Prado e Silvia Laurentiz, em 2002, que desenvolve projetos experimentais sobre o impacto das novas tecnologias no campo das artes. “Amoreiras”, sua obra mais recente, desperta a curiosidade dos transeuntes da avenida Paulista e expande as possibilidades interdisciplinares entre arte e ecologia. Trata-se de cinco amoreiras reais, dispostas em frente à sede do Itaú Cultural, que ‘‘aprendem’’, por meio de um dispositivo de medição de poluição sonora, a vibrar quando captam um ruído. “Ao chacoalharem, as árvores estão se defendendo da poluição que é depositada em suas folhas e caules, dando a ideia de autonomia que está dentro do tema proposto pela exposição”, afirma Gilbertto Prado. O projeto tem o objetivo de aumentar as chances de sobrevivência das árvores, agora capazes de produzir alertas em possíveis situações de risco.
 

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"Amoreiras"