A atriz Renata Sorrah está fazendo teatro e novela ao mesmo tempo. Em São Paulo está em cartaz com a peça Um dia, no verão, do autor norueguês Jon Fosse. No Rio de Janeiro ela grava a sua personagem Célia Mara na novela da Rede Globo Duas caras. Cabelo liso escorrido e robe, no camarim do teatro Sesc Anchieta, Renata está básica – no clima do autor, famoso pela sua poética de iceberg. “Eu não sou nada barroca. Meu camarim é bem clean”, diz ela, mostrando a bancada de mármore na qual não se vê batom, necessaire ou vestígio de maquiagem. Oito horas da noite, e a atriz já está penteada, maquiada e vestida, pronta para uma última passagem de texto no palco, sozinha, ritual que cumpre antes de todas as apresentações. “Eu não sou uma pessoa supersticiosa, mas quando faço teatro todas as superstições aparecem”, diz Renata. Ela e as outras três atrizes da peça (ao todo são seis atores) adotaram um método japonês para ajudar na concentração. “E eu tenho de lidar com uma certa esquizofrenia”, diz ela, referindo-se às duas personagens que interpreta simultaneamente. “A última vez que fiz isso foi quando vivi Nazaré na tevê (Senhora do Destino) e Medéia no palco.” Agora ela interpreta personagens sofredoras, mas em culturas tão distantes que pouco se parecem. Na televisão, saem de cena os cabelos lisos e entra um visual loiro cheio de cachos para viver a trágica Celia Mara.


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