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Com a Copa do Mundo em andamento, é natural que as campanhas políticas no Brasil sofram uma queda de ibope. Mesmo assim, os tucanos acreditam que antes de terminada a fase de classificação nos gramados da África as pesquisas apontem uma vantagem de pelo menos cinco pontos percentuais do candidato José Serra sobre a petista Dilma Rousseff. A crença do PSDB se fundamenta numa recente consulta encomendada pelo partido, que daria pequena vantagem a Serra, mas, principalmente, na superexposição que Serra terá nas telinhas de todo o País a partir desta semana. O carro-chefe é o programa nacional do partido, com duração de dez minutos, que irá ao ar na quinta-feira 17. Além dele, Serra terá em junho mais 40 minutos de inserções nas rádios e tevês, incluindo os spots de cinco minutos nos dias 15, 22, 26 e 29, e os programas eleitorais de partidos aliados como o DEM, PTB e PPS. “A candidata Dilma usou seu tempo na tevê e conseguiu crescer nas pesquisas. Mas não houve o contraditório. Agora é a nossa vez”, afirma o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

“A candidata Dilma usou seu tempo na tevê e cresceu. Agora é a nossa vez”
Sérgio Guerra, presidente do PSDB

Nas últimas duas semanas a campanha tucana se empenhou em buscar depoimentos de personalidades influentes, resgatar momentos importantes da trajetória política de Serra e gravar o candidato dentro e fora do estúdio. O resultado do trabalho é que no final da tarde da quinta-feira 10, quando o ex-governador paulista terminou seus compromissos em Mato Grosso, a coordenação da campanha dispunha de material suficiente para editar dois programas de dez minutos para a rede nacional de rádio e tevê. Há imagens de Serra ao lado de artistas, empresários, reconhecidos profissionais das áreas de saúde e educação, além de diversos diálogos com eleitores. Durante a maior parte do programa da quinta-feira 17, o candidato será apresentado como o “gerente” mais capacitado para “continuar a fazer o País avançar”. “Queremos que o eleitor pergunte a si mesmo: quem é o melhor, Serra, com um história política rica, ou Dilma, sem história nenhuma?”, disse à ISTOÉ um dos responsáveis pela edição do programa nacional do PSDB.

“Não podemos entrar no jogo petista de comparar o governo Lula com a gestão de FHC. Vamos mostrar que quem está disputando a eleição não é o Lula nem o Fernando Henrique. A comparação será entre Serra e Dilma”, diz Guerra. Em nenhum momento o programa irá se contrapor ao presidente Lula. Pelo contrário, uma parte das gravações, embora pequena, buscará similaridades com Lula, mostrando as origens do candidato tucano. A intenção é demonstrar ao eleitor que, assim como o presidente, Serra tem origem humilde. É filho de imigrantes que carregavam caixas de verdura para sustentar a família. “O PSDB tem de mostrar que Lula e Serra são mais iguais do que se pensa”, acredita Alberto Carlos Almeida, sociólogo e cientista político. “O nordestino terá que ver no discurso do PSDB alguém que vai melhorar a vida dele lá”, acrescenta. De olho no Nordeste, a edição da propaganda tucana não poupará imagens colhidas no sábado 12 na convenção do partido em Salvador. Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, também merecerá atenção especial. Para isso foi escalado o ex-governador Aécio Neves, que ocupará espaço razoável na propaganda de Serra. “Precisamos mostrar que além do melhor candidato temos quadros capacitados para governar o País olhando para a frente”, diz um dos coordenadores da campanha de Serra.

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REFORÇO
Aécio Neves é decisivo  na estratégia
de Serra e terá espaço nobre no programa

Um semana depois do programa do PSDB, o ex-governador paulista voltará a ocupar o horário nobre, no programa do PTB. “A produção é do Serra. O programa será todo para o candidato do PSDB”, assegura Roberto Jefferson, presidente nacional do partido. As pesquisas futuras dirão se, depois de tantas aparições na telinha, Serra conquistará o eleitor.


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