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CRUZEIROS
Para zerar a emissão de carbono de uma volta ao mundo,
cada passageiro tem de plantar 150 árvores

Primeiro, a notícia ruim: caso você decida mesmo tornar as férias de julho mais ambientalmente corretas, prepare-se para gastar cerca de 20% a mais do que desembolsaria com pacotes convencionais. Pelo lado do bem, quase todos os envolvidos com o negócio do turismo se esforçam para que o viajante volte para casa com a cabeça cheia de lembranças e quase nenhuma culpa. Vire a página e saiba como passear pelo mundo sem deixar um rastro de carbono atrás de si.

 

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Mesmo no desconforto da classe turística, o viajante que vai de São Paulo a Nova York e volta gera 1.272 quilos de CO2. Ou seja, sentado naquela poltrona apertada, o turista não tem muito o que fazer pelo meio ambiente. Aqueles que quiserem dormir sem essa quanidade de carbono na consciência precisam plantar nove árvores, segundo cálculos da ONG Iniciativa Verde. Uma alternativa é comprar créditos de carbono – o que, na prática, equivale a pagar para alguém fazer os plantios necessários para apagar as nossas pegadas. Para facilitar esse processo, as companhias aéreas British Airways, Virgin e Continental oferecem ao passageiro a opção de pagar um pouco mais para ter a tranquilidade de viajar sem trazer de volta toneladas de carbono como suvenir. Apesar dessa iniciativa louvável, o mais conveniente – para o planeta, pelo menos – é viajar de trem ou ônibus.

 

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Aqui o exercício da correção ambiental é bem mais descomplicado. Com a ajuda da internet, só é preciso um pouco de paciência para pesquisar e reservar vaga em estabelecimentos que ostentem em suas recepções títulos de reconhecimento ambiental vindos de organizações confiáveis. Alguns desses hotéis atingem 100% de sustentabilidade. Sites como o Environmentally Friendly Hotels – que já conta com 25 estabelecimentos brasileiros – ou o Rezhub.com – que, por enquanto, só tem cadastrado hotéis no Exterior – permitem que o viajante faça a sua reserva com meia dúzia de cliques.

 

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Os peixes agradeceriam muito caso você decidisse não embarcar em um cruzeiro nas suas próximas férias. De acordo com estudo da britânica Warwick University, um navio de passageiros emite três vezes mais carbono que um jato comercial. Uma volta ao mundo no Queen Elizabeth 2, por exemplo, gera 25 toneladas de CO2 por passageiro. E o carbono não é o único problema: cada um dos cruzeiros que passam pelo litoral brasileiro despeja 600 litros de lixo tóxico e 950 mil litros de esgoto humano. Para neutralizar o estrago causado por aquela semaninha em alto-mar, só investindo muito no verde. Exemplo: quem compra a viagem no Queen Elizabeth na agência australiana Clean Cruising leva junto o plantio de 150 árvores.

 

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A melhor estratégia é carregar o mínimo necessário, pois, com carga mais leve, aviões poluem menos. Antes de embarcar, verifique se o hotel em que você vai ficar tem, por exemplo, secador de cabelos, o que já tira uns bons gramas da mala. Daí, antes de pensar nas roupas, faça a si próprio perguntas do tipo: “Como a viagem é de férias, será que eu preciso mesmo levar o laptop?”, “Teria chegado a hora de eu comprar um tablet, em vez de carregar esses três livros de meio quilo cada um?” ou “Não seria mais racional comprar o xampu e o condicionador lá?”. Pronto, agora é hora de pensar nas roupas. Se o destino não for frio demais, passa-se uma semana com apenas um casaco, um par de sapatos, outro de tênis, sete camisetas, duas calças (ou uma bermuda e uma saia). E, lembre-se: parte disso já vai no seu corpo durante a viagem.

 

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Esse é o ponto da viagem em que você só vai ter de aplicar as lições que – espera-se – já pratica em casa. Claro que com alguns detalhes a mais. Por exemplo, se você estiver visitando Chicago, não há nada que justifique ir atrás daquela churrascaria brasileira que tem filial na cidade. Afinal, a carne – que já deixa uma pegada enorme durante a sua produção – vai ter viajado milhares de quilômetros até chegar ao seu prato. Ou seja, prefira consumir comida local. O mesmo raciocínio se estende aos suvenires. Claro que, em muitos lugares, é quase impossível não encontrar um “made in China” cravado atrás da miniatura do monumento da cidade. Por fim, um lembrete que muita gente esquece: você lava as toalhas todos os dias? Então, por que fazer isso no hotel?