Beijar na boca deixou de ser uma manifestação de amor romântico. Tascar uma bitoca em alguém sem compromisso afetivo ou distinção de sexo é uma atitude corriqueira entre anônimos e famosos que começou como selinho, um beijinho rápido e, agora, virou selão, um beijo que demora mais do que um simples encostar de lábios, embora não chegue a envolver língua. Na semana passada, duas imagens de selões deram o que falar: entre Suzana Vieira e Bruno Gagliasso, numa festa, e entre Lúcio Mauro Filho e Bruno Garcia, num restaurante. Sobre o beijo de Suzana e Bruno especulou-se um namoro, já desmentido por ambos. Casado e à espera do segundo filho, Lúcio Mauro acha normal esse tipo de saudação e não teme estereótipos. “Costumo cumprimentar meus amigos íntimos, pai, irmãos, amigas e todas as pessoas que amo com um beijo na boca. Significa carinho, amizade”, diz.

Selinhos ou selões, tanto faz. Para a psicanalista e sexóloga Regina Navarro Lins, representam uma significativa mudança comportamental: “É a quebra dos valores
da sociedade patriarcal. As regras de comportamento estão sendo derrubadas.” Como sempre, a visibilidade é dada por artistas. Preta Gil, Fernanda Abreu, Marina Lima, Rita Lee, Miguel Falabella, Ivete Sangalo, Júnior Lima, (o da Sandy), Daniel Filho e Mariana Weickert são alguns dos que trocaram saliva publicamente com amigos. Hebe Camargo chegou a leiloar um selinho por R$ 3 mil quando completou 75 anos, meses atrás. Já selão, selão mesmo, a apresentadora deu no ator Victor Fasano: “Foi um beijo comprido, língua para lá, língua para cá. Uma maravilha!”, declarou, na época. A ONG Beijo Livre diz que o beijo na boca é “um ato singelo e lúdico” e prega o hábito entre amigos também. O site Valebeijo.com fez o Mandamento do Beijo, válido para qualquer tipo de selo. São três regras básicas:
não aperte muito forte, não peça antes e não perca nenhuma oportunidade!