20/07/2005 - 10:00
Ainda que essenciais, malas e
cuecas eram itens de pouco
prestígio no mundo fashion. Nunca
se ouviu dizer, por exemplo, de um desfile só de malas ou só de cuecas. Mas na esteira da crise do “mensalão”, as peças ganharam súbita notoriedade pela enorme capacidade de acondicionar pacotes de notas de reais e dólares, ainda que, com uma substancial vantagem das malas, bem mais espaçosas. Viraram vedetes das imagens da crise propagadas pela televisão. O deputado federal João Batista Ramos da Silva (PFL-SP), por exemplo, foi preso com sete delas entupidas de dinheiro. Todas as sete malas acabaram devidamente aprisionadas no porta-malas de um carro da Polícia Federal.
O assessor parlamentar José Adalberto Vieira da Silva mostrou que com um pouco de aperto e um inevitável incômodo a cueca também armazena um bom dinheirinho. No seu caso, US$ 100 mil. Pena, para ele, que também foi flagrado com a cueca recheada. O deslize, é óbvio, entrou para o anedotário nacional. Na terça-feira 12, a debochada Confraria do Garoto, do Rio de Janeiro, foi até a avenida Treze de Maio carioca exibir uma coleção de 13 cuecas. Detalhe: eram todas peças munidas de bolsos para permitir o transporte de valores. Aproveitando a notoriedade repentina dos acessórios, ISTOÉ mostra as melhores opções de malas – utensílio utilíssimo nestas férias – e de cuecas bem confortáveis.
Embora o design da lingerie masculina tenha ficado um pouco mais ousado, com a utilização de novos tecidos e modelos, a preferência do consumidor brasileiro continua sendo por roupas íntimas básicas, tradicionais e, principalmente, confortáveis. As peças em algodão branco estão no topo da lista das preferidas. Ainda entre os modelos favoritos estão a tradicional samba-canção, a boxer e a slip, bem soltinha. A cueca fio-dental ainda não caiu no gosto do consumidor brasileiro, mas também se tornou um item fashion, principalmente na comunidade gay. Aviso: além de desconfortável, é totalmente inútil na hora de transportar dinheiro. Talvez com o empurrão do mensalão a roupa íntima masculina conquiste status similar ao das lingeries femininas. Está em curso a moda da calça de cintura baixa com o logotipo da lingerie aparecendo – as principais são Diesel, Dolce&Gabbana, Armani, Versace e Calvin Klein. Não tente fazer o mesmo com marcas mais modestas.
Mas, tratando-se da moda “mensalão”, as opções mais bacanas e funcionais seriam a ceroula – popularmente conhecida como minhocão, que, além de quente, ainda contém espaço de sobra, e a boxer, que por ser colada ao corpo assegura que o quer que seja guardado na cueca fique por lá mesmo.
Malas discretas – O mercado de malas também é vasto, com diferenças de materiais, preços e modelos. A Louis Vuitton, por exemplo – uma das marcas mais tradicionais francesas, com preço alto –, não é indicada para quem quer passar desapercebido. Na linha quanto mais discreto melhor, as malas funcionais ganham pelo quesito praticidade. Destaque para as de rodinha e, principalmente, as com fundo falso, hit certamente adequado aos tempos de mensalão. Detalhe, não inventaram ainda uma mala imune a raio X do aeroporto.
