É a economia, estúpido!”, costumava bradar o marqueteiro do ex-presidente americano Bill Clinton, James Carville. Mas bem que poderia ter sido o do presidente Lula. Em meio a CPIs e escândalos, a economia brasileira continua gerando notícias positivas e a crise política ainda não colou no supremo mandatário da Nação. De acordo com o ranking divulgado pelo Banco Mundial, o Brasil é a 14ª maior economia do mundo pelo PIB de 2004. Avançamos uma posição em relação a 2003. No ano passado, tudo que foi produzido no País somou US$ 604,9 bilhões. Na América Latina, só perdemos para o México, que caiu duas posições e ocupa o 12º lugar. O estudo do Banco Mundial leva em conta o PIB de cada país convertido para o dólar, o que distorce a comparação entre as economias, já que sofre influência da política cambial dos países. “Não é uma boa medida do grau de desenvolvimento econômico de um país. Não somos a 14ª economia do mundo, mas a 9ª, se comparado o PIB que leva em conta a paridade do poder de compra (PPC)”, esclarece o economista Marco Sandoval de Vasconcellos. O World Factbook (que usa como parâmetro o PPC), da CIA americana, coloca o Brasil como a nona economia do mundo.

Outra boa notícia também vem de fora. A revista americana Fortune, em sua lista das 500 maiores empresas do mundo, registra a escalada de 19 posições da Petrobras. Agora, a estatal brasileira é a 125ª maior empresa do mundo, à frente de gigantes como Microsoft e Coca-Cola. Mas nem tudo são flores. O velho dragão da inflação teima em se manter vivo. Dados divulgados na quinta-feira 14 pelo IBGE mostram que, entre os países do Mercosul, mais o Chile, o Brasil lidera o ranking da inflação em 2004, com 7,7%. Entre 2000 e 2004, nossos preços subiram 53,5%. O Chile, cuja economia é tida como a mais sólida do continente, teve uma taxa de 16,1% no mesmo período. “Isso mostra que a inflação não está sob controle. Ela é alta porque o investimento é baixo”, diz ele, lembrando que o investimento no Brasil é inferior a 20% do PIB, muito aquém do desejável (a China investe 35% do PIB e cresce 10% por ano). Ou seja, sem investimento não há desenvolvimento.