Foram quase oito meses dedicados à criação de Breu, espetáculo do Grupo Corpo que estreou no dia 1º de agosto no Teatro Alfa, em São Paulo. Mas o trabalho pesado não termina quando a turnê começa. A companhia chega sempre com antecedência aos locais em que se apresenta. A primeira tarefa é corrigir os erros cometidos na noite anterior. Durante uma hora, o coreógrafo Rodrigo Pederneiras repassa movimentos, diz o que quer, observa. Encerrada a etapa, os bailarinos ouvem o recado de que devem marcar o horário para massagens. Parecem crianças oferecendo-se para ser os primeiros. “Este espetáculo é muito puxado para eles”, explica Pederneiras.

Uma das coreografias mais diferentes na trajetória de mais de 30 anos do Corpo, Breu tem trilha de Lenine e leva para o palco a violência. São 20 dançarinos em cena e a novidade não reside apenas no visual escuro dos cenários e figurinos. “As marcações são mais soltas, os bailarinos se atiram uns contra os outros e muito se passa no chão”, diz o coreógrafo.

Depois de repetir trechos da coreografia, toda a trupe inicia uma aula de balé clássico. Eles enfrentam uma hora de séries e mais séries de exercícios com e sem barra. Parecem cansados quando são dispensados para se prepar. Terão apenas uma hora de descanso antes de subir ao palco.


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