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MEMÓRIA
Integrantes das Seleções de 1958 e 1962
morreram sem conseguir provar para o INSS que foram jogadores.

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Um gol salvador. Assim o Bolsa-Copa é considerado pelos campeões mundiais de 1958, 1962 e 1970 e seus familiares. Essa aposentadoria especial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete conceder, por meio de uma medida provisória, até o próximo mês, é a jogada que pode evitar injustiças como a que ocorreu com o atacante Vavá, morto em 2002, aos 67 anos, sem ter desfrutado de uma aposentaria. O motivo: o bicampeão mundial em 1958 e 1962 não conseguiu provar que foi jogador de futebol.

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DRAMA
Capitão da primeira conquista, Bellini
está com Alzheimer, assim como Nilton Santos

Se vivo, Vavá receberia, tão logo a medida provisória (MP) entrasse em vigor, uma indenização de R$ 100 mil relativa ao tempo em que não pôde usufruir da Previdência Social. E, ainda, um salário mensal do INSS de R$ 3.218,90, valor que é, hoje, o teto do benefício. “A aposentadoria é válida. É o reconhecimento de algo que não existia: a profissão de jogador de futebol”, diz o advogado Marcelo Izar Neves, filho do ex-goleiro Gilmar dos Santos Neves, que jogou em 58 e 62.

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MEMÓRIA
Os craques de 1970

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Trinta e sete ex-jogadores que estiveram nas primeiras três conquistas serão beneficiados, caso a MP passe. “Eu só acredito quando estiver preto no branco”, diz Zagallo, outro bicampeão. “Meu marido, considerado a enciclopédia do futebol, está com Alzheimer e vive numa clínica há dois anos, custeado pelo Botafogo”, conta a esposa de Nilton Santos, Maria Célia Albuquerque Santos, 57 anos. “Ele foi um herói que trabalhou até os 82 anos, quando caiu doente, e, hoje, depende dos outros para poder respirar. Isso é muito triste.”

Ao contrário, os craques de hoje recebem salários astronômicos e se dão ao luxo de gozar da aposentadoria antes dos 40 anos. “Antigamente, a CBD (hoje, CBF) dava dois prêmios por título conquistado: uma bicicleta e um terno para cada jogador”, conta Izar Neves, que criou a Associação dos Campeões Mundiais, em 2006. Hoje, essa premiação não sai por menos de R$ 300 mil.

A CBF assiste a tudo a distância. Em 2006, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, prometeu custear o plano de saúde dos campeões de 58, 62, 70 e 94, mas voltou atrás. Quanto ao governo federal, a dúvida é se os familiares dos campeões que já faleceram terão direito à gratificação. Doze que teriam direito à Bolsa-Copa já morreram, entre eles o craque Didi.
Colaborou Rodrigo Cardoso
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