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Assista ao trailer da nova superprodução sobre Robin Hood

 

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PONTARIA
Crowe treinou arco e flecha, mas usou
pouco esse armamento no filme

O ator neozelandês Russell Crowe passou um bom tempo aprendendo arco e flecha para viver o mais famoso arqueiro da história – o fora da lei Robin Hood no filme homônimo que estreia na sexta-feira 14. Chegava a atirar 200 flechas por dia, preparação equivalente à de um atleta olímpico em treinamento intensivo. Mas essa habilidade vai ser pouco vista na mais nova superprodução do cineasta britânico Ridley Scott. Na maior parte do tempo, Robin Hood (aliás, Robin Longstride) vai empunhar mesmo é uma espada que teria pertencido ao seu pai assassinado – e com ela lutar contra os franceses, inimigos de seu país. Isso porque a nova adaptação dessa lenda medieval centra-se nos “anos de formação” do herói, que, na versão escolhida (existem diversas), teria vivido na Inglaterra no final do século XII e servido ao rei Ricardo Coração de Leão. Ou seja: o Robin Hood de Crowe só começa a “roubar os ricos para dar aos pobres” e usar para valer a pontaria no final da trama – e, segundo Scott, esse traço rebelde já é por demais conhecido.

Nessa espécie de “prequel” (episódio que dá origem a uma saga) o que se valorizou foi o contexto socioeconômico do surgimento dessa lendária figura justiceira. E, nesse ponto, Scott tem prática comprovada. Ele sabe orquestrar cenas de ação e passagens históricas, bem reconstituídas em figurinos, móveis, arquitetura e hábitos cotidianos. Crowe, por exemplo, usa calças de couro e não a malha verde pela qual o personagem ficou conhecido e foi, posteriormente, alvo de comédias. Dispensou também o chapéu com penacho vermelho, para muitos a origem do apelido “Hood” – segundo Scott, toda essa repaginação tem respaldo em pesquisas de época. A maior mudança, contudo, está mesmo no enredo. Em tonalidades épicas, o herói é flagrado como arqueiro do exército de Ricardo Coração de Leão, em missão nas Cruzadas. Na tomada de um castelo, o rei é morto e sua coroa passa à cabeça do irmão John, um perdulário. De volta ao condado de Nottingham, Robin encontra, assim, um ambiente de miséria, altas taxas de impostos e usurpação de poder – e é contra isso que vai se rebelar. Desposa, claro, Lady Marion, agora uma viúva que, a princípio, rejeita as investidas do salteador. Habituada a interpretar rainhas, Cate Blanchett mantém a classe mesmo quando solta o dito espirituoso: “Se ousar tocar em mim, arranco-lhe a virilidade.” Também produtor do filme, Crowe tenta emular o personagem que interpretara em “Gladiador”, o mais bem-sucedido trabalho com o diretor Scott. Repete até o corte de cabelo e a barba malfeita. Podem pairar dúvidas sobre as reais origens de Robin Hood, mas o seu DNA cinematográfico está mesmo em Maximus, o lutador de arenas que lhe deu o Oscar.

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