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Poucas coisas se comparam à sensação de fazer o bem a quem precisa. O difícil é arrumar tempo e disposição para tanto. Antes uma iniciativa de nerds que tentavam ajudar na busca de vida inteligente fora da Terra, os chamados sistemas de grade, que somam a capacidade de processamento de vários computadores integrados em rede para realizar cálculos complexos, converteram-se em uma das formas mais bem-sucedidas de emprestar algo que você não usa totalmente – no caso, o potencial do seu computador caseiro ou do seu laptop – às mentes mais brilhantes da ciência. E ajudar na busca pela cura da Aids ou do câncer, por exemplo.

O primeiro sistema do tipo, ainda o maior de todos, é o Seti – sigla em inglês para Busca de Inteligência Extraterrestre. Lançado pela Universidade da Califórnia (EUA) em 1999, ele procura possíveis sinais de rádio provenientes de fora da Terra e agrega cerca de três milhões de voluntários espalhados pelo mundo. Outra iniciativa, no ar desde 2004, cresce a cada dia com objetivos, digamos, mais práticos. Trata-se do World Community Grid (WCG, algo como Grade Comunitária Mundial), criado pela gigante de tecnologia IBM. Ele reúne mais de um milhão de pessoas de 218 países, que disponibilizam a capacidade ociosa de mais de 1,5 milhão de computadores. Trocando em miúdos (leia quadro), o WCG usa o poder de processamento das máquinas conectadas à internet para realizar cálculos que demandariam milhões de horas em institutos de pesquisa. Basta o usuário parar de digitar um texto ou fugir de sua mesa para pegar mais uma xícara de café para ele entrar em funcionamento.

“O Brasil contribui com 35 mil computadores”, diz Ruth Harada, executiva de cidadania corporativa da IBM Brasil. Segundo ela, sete estudos estão em curso, que vão da busca pela cura de doenças como dengue e Aids ao aprimoramento nutricional do arroz, iniciativa que poderia ajudar a aplacar a fome nas regiões mais pobres do mundo. Para saber mais sobre o projeto e aderir a ele, é só acessar o site do WCG: www.worldcommunitygrid.org.

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