Há ideários autoritários que sobrevivem a seus ditadores. Com Francisco Franco deu-se diferente: a sua morte física e a morte da ideologia com a qual comandou a Espanha por quatro décadas ocorreram juntas em 1975 – e dele restaram somente estátuas que, ao estilo do também ditador Benito Mussolini, mandara erguer em todo o país. Agora, para o bem da democracia, nem isso existe mais: a última delas foi removida na cidade de Valência na quarta-feira 7. A iniciativa de varrer todo e qualquer resquício do franquismo está entre as prioridades do primeiro-ministro espanhol, o socialista José Luiz Zapatero.