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Sim, é possível criticar. É fácil, até. Qualquer sujeito que se propõe a pôr a cara numa janela para dezenas de milhões de pares de olhos observarem paga um preço digno do orçamento de Eike Batista.
Se for um cara vindo do protegido e incensado campo das letras, então…

Há espaço para todo calibre de artilharia. Tudo vira alvo. Do suor debaixo dos braços às citações e poemas em excesso ou fora de contexto. Do chinelo de couro à posição do braço esquerdo sobre o quadril. De supostas piadas infames a comentários duvidosos. Todos os sinais físicos e mentais do elemento são escrutinados pelo mundo, passam num scanner implacável, uma potentíssima máquina de tomografia que examina cada milímetro e se imagina capaz de adivinhar sentimentos, medos, angústias e defeitos.

 Pedro Bial, disso ninguém parece discordar, tem coragem. Cobrir a guerra do Golfo, encarar presidentes, beduínos e outras figuras escoladas em entrevistas em rede nacional, falar aberta e profundamente sobre tudo que o cerca com clareza e fundamento, ter quatro ex-mulheres e mesmo topar se vestir de Chacrinha ou apresentar a versão nacional do reality show mais criticado e assistido do mundo… ao que parece, ele tira tudo isso de letra, mesmo que às vezes, como declarou recentemente numa de suas boas entrevistas , com o auxílio luxuoso de comprimidos de Rivotril.

Coragem mesmo é preciso para enfrentar o preconcebido, o primo-irmão da ignorância que, todos sabem, é como um lutador profissional, frio, agressivo, muito preparado, uma força quase impossível de vencer.
 

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