chamada.jpg
EM ALTA
Hoje, 70% dos vinhos sul-africanos são de boa qualidade

selo_copa.jpg

Um dos maiores eventos esportivos do planeta, a Copa do Mundo é a oportunidade ideal para dar visibilidade ao país-sede e a seus produtos. A anfitriã África do Sul espera receber 500 mil turistas para o mundial e a audiência dos jogos na tevê deverá estar na casa dos bilhões de espectadores. De olho neste público, os sul-africanos querem aproveitar a oportunidade para fazer uma tabelinha entre futebol e vinho – o país é o sétimo produtor do mundo, com 1,1 bilhão de litros por ano. A premiada vinícola Nederburg, uma das 500 do país,  investiu R$ 7 milhões e lançou o rótulo Twenty10, com o apoio da Fifa. As garrafas trazem o logotipo oficial da Copa. O Twenty10 chega ao mercado em três versões: tinto, branco e rosé. “Não são grandes vinhos e sim de qualidade aceitável”, diz Dirceu Vianna Junior, único brasileiro Master of Wine, título concedido a apenas 278 pessoas no mundo desde 1955. “Mas devem ser suficientemente bons para que consumidores em busca de produtos de um lugar diferente, como a África do Sul, voltem a explorá-los.” Segundo ele, há exemplares finíssimos de sul-africanos que não fazem feio diante dos franceses.

G_Vinhos.jpg

Para não dar nenhuma bola fora, a escolha da uva tinta do vinho oficial foi conservadora. A opção recaiu sobre a conhecida cabernet sauvignon e não sobre a pinotage, que nasceu em solo sul-africano do cruzamento das uvas cinsault e pinot noir. “O mundo conhece bem a cabernet sauvignon. E, para divulgar esse novo rótulo, a universalidade da uva é importante”, explica Arthur Azevedo, diretor da Associação Brasileira de Sommerliers, de São Paulo. Até os anos 1990, as cooperativas dominavam o mercado sul-africano e fabricavam vinhos suaves de baixa qualidade. “A maior parte da produção era transformada em destilados e aguardentes”, conta a sommelière Ana Paula Pagani, diretora comercial da importadora Vinho Sul. O jogo começou a virar após o fim do apartheid. Enólogos estrangeiros aportaram no país, jovens vinicultores sulafricanos passaram a viajar pelo mundo e a exportação cresceu dez vezes desde então. Patrocinados por cerca de 4,5 mil produtores de uva espalhados por 108 mil hectares de terra, 70% da produção sul-africana, hoje, dá origem a rótulos de alta qualidade. O vinho, porém, não é a bebida mais consumida na África do Sul; a campeã é a cerveja. Mas, nessa Copa, espera-se que ela amargue um honroso banco de reservas.

 

Assine nossa newsletter:

Inscreva-se nas nossas newsletters e receba as principais notícias do dia em seu e-mail

patrocinio.jpg


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias