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ESTRATÉGIA Trabuco, de 57 anos, aposta no “crescimento orgânico” e quer abrir 211 agências em 2009

Poucos executivos são tão influentes na vida econômica brasileira quanto o presidente de uma instituição como o Bradesco. Passam pelo crivo desse profissional as grandes operações de crédito e alguns dos maiores projetos financeiros em andamento no País. Graças à sua posição, suas opiniões são seguidas de perto pelos principais líderes empresariais e políticos – e, por isso mesmo, o que ele diz costuma aparecer com destaque nas páginas de revistas e jornais. Na semana passada, o Bradesco anunciou o nome que vai desfrutar desses privilégios. Trata-se de Luiz Carlos Trabuco Cappi. Ele estará à frente do segundo maior banco privado do Brasil, atrás do Itaú-Unibanco. Aos 57 anos, Trabuco, como ele é conhecido no mercado, substituirá Márcio Cypriano, que deixa o comando porque o estatuto do Bradesco não permite presidentes com mais de 65 anos. Cypriano sai de cena com uma performance avassaladora. Nos últimos dez anos, ele multiplicou o valor de mercado do Bradesco de US$ 5 bilhões para US$ 30 bilhões.

Trabuco será apenas o quarto presidente na história de 65 anos do Bradesco. Os outros três foram Amador Aguiar, o fundador, Lázaro Brandão, atual presidente do conselho e responsável pela indicação de Trabuco, e Cypriano. O novo presidente, que assume no início de março, tem uma forte identificação com a cultura do Bradesco. Em seus 40 anos de casa, passou por áreas estratégicas como previdência privada e marketing. Precoce, com apenas 47 anos foi promovido a vice-presidente. Foi como chefe da Bradesco Seguros que seu trabalho chamou a atenção. Sob seu comando, a participação de mercado da Bradesco Seguros passou de 23% a 25% do total de prêmios. Melhor ainda: a contribuição da seguradora no resultado do banco aumentou de 26% para 35%. Nascido em Marília (SP), a mesma cidade de Amador Aguiar, e formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, Trabuco tem um estilo parecido com o de seu antecessor. Usa ternos discretos, é comedido nas palavras e evita qualquer sinal exterior de riqueza. Estimativas de mercado indicam que seu pacote de remuneração, incluindo salários e bônus, será de R$ 1 milhão por mês.

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O desafio de Trabuco será imenso. Com pouco mais de R$ 422 bilhões em ativos, o Bradesco está cerca de R$ 150 bilhões atrás de seu principal concorrente, o Itaú Unibanco. Para diminuir a diferença, o caminho mais curto é a aquisição de bancos menores. Mas há consenso no mercado sobre a escassez de boas oportunidades de aquisição. Trabuco já tem uma estratégia traçada para recuperar terreno. Em sua gestão, a expressão de ordem no Bradesco será “crescimento orgânico”, ou seja, a melhora do desempenho interno da empresa. Em 2009, além de reduzir tarifas para atrair clientes, ele pretende abrir 211 agências.


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