IstoÉ teve acesso ao processo judicial com 69 mil páginas contendo laudos sigilosos da polícia federal, relatórios reservados do conselho de controle de atividades financeiras, pareceres da receita federal e outras representações criminais que tramitam sob segredo de justiça em vários estados. A investigação derruba a versão de que o dinheiro público estava ileso do esquema de caixa 2 do Partido dos Trabalhadores para comprar votos da base aliada no Congresso Federal. Novos documentos e testemunhas asseguram a origem estatal dos recursos.

O nome de Fernando Pimentel, ex-prefeito de Belo Horizonte e coordenador da campanha presidencial da ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, aparece pela primeira vez no caso desde o início das investigações, em 2005. Pimentel é apontado como um dos operadores da remessa ilegal de recursos para o exterior, depois usados para pagamentos de dívidas com o publicitário Duda Mendonça. A origem desses recursos, de acordo com denúncia do Ministério Público Mineiro, está em um contrato superfaturado da prefeitura de Belo Horizonte, feito durante a gestão de Pimentel.

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Outro fato novo levantado durante as investigações é o envio de uma mala com R$ 1 milhão à executiva regional do PT do Rio Grande do Sul. O dinheiro foi usado pelos dirigentes estaduais do PT para pagar dívidas históricas acumuladas durante a realização do Fórum Social Mundial, criado por movimentos de esquerda e organizado pelo PT de Porto Alegre.

Os documentos ainda reúnem vários depoimentos de políticos e empresários que comprovam o pagamento de propina a deputados da base aliada do PT. Partidos como o PTB de Roberto Jefferson, ex-deputado responsável pelas primeiras denúncias do mensalão, o PL e o PP são citados nos laudos. Entre os ouvidos pela justiça, ainda estão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o vice-presidente José Alencar e os ex-ministros Márcio Thomaz Bastos, Aldo Rebelo e Walfrido dos Mares Guia, que confirmam a versão de que Roberto Jefferson alertou o presidente Lula sobre a existência do Mensalão. Você lê a reportagem completa na Istoé que está nas bancas.