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Em 1974, Pelé vivia o ocaso de seu reinado nos gramados. Tricampeão do mundo, viu de longe o tão sonhado quarto título do Brasil escorrer pelos dedos da seleção no mundial da Alemanha realizado naquele ano – já havia se aposentado do esquadrão canarinho e preparava-se para se transformar no embaixador maior do futebol ao integrar o elenco do nova-iorquino Cosmos alguns meses depois. Mas outro acontecimento marcou a vida de Edison Arantes do Nascimento no final de 1974: sua formatura na Universidade Metropolitana de Santos, no curso de educação física. “Minha mãe, dona Celeste, queria que eu fosse professor porque meu pai teve uma contusão séria no joelho e parou de jogar futebol. Dei um presente a ele quando ganhamos a primeira Copa na Suécia, em 1958, mas só fiz o mesmo por ela quando me formei”, disse Pelé, em entrevista exclusiva à ISTOÉ. E é na função de professor que o rei do futebol irá voltar aos holofotes na segunda-feira 1º de março, ao ministrar a aula inaugural dos cursos de pós-graduação da Rede de Ensino Desportivo, nova instituição de educação a distância, modalidade escolhida por mais de 2,5 milhões de brasileiros anualmente, de acordo com dados apresentados no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (AbraEAD).

“Depois de ser profissional do futebol, dei o diploma de professor para minha mãe”
Pelé, atleta do século XX

Serão dez cursos com duração de um ano – nutrição aplicada à atividade física, fisioterapia no esporte, personal training, psicologia esportiva, direito esportivo, atividades físicas para grupos especiais, saúde e bem-estar, gestão e marketing esportivo, gestão eficaz de academia e jornalismo esportivo –, formatados em aulas semanais e ao vivo, realizadas nas telessalas das unidades da rede já abertas em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Florianópolis, Campo Grande, Salvador e Santos. A instituição também já possui representação nos Estados Unidos, em Miami e Nova York, para onde pretende levar seus cursos via internet à comunidade de língua portuguesa. Os interessados podem obter mais informações no site  www.portalrede.com.br. “O brasileiro vai ser muito beneficiado com essa nova tecnologia. Pelas viagens que fiz pelo mundo graças ao futebol, acredito que o ensino no Brasil ainda tem muito a melhorar”, diz Pelé.

Ao relembrar sua trajetória pessoal, o atleta do século XX reescreve uma história comum a muitos brasileiros – a luta pelo crescimento pessoal por meio dos estudos – e serve de exemplo para profissionais que brilham em carreiras de vida curta, como esportistas e modelos, e não se preparam para o que virá em seguida. “A educação e o saber são importantes para toda a vida. O atleta de 35 ou 40 anos passa a ser veterano para o esporte, mas ainda é jovem para a vida produtiva. Se não tiver estudo, fatalmente terá problemas no futuro”, afirma Pelé. Mais uma lição das muitas a serem ensinadas pelo professor Edison, batizado assim por seu pai em homenagem a um dos homens mais brilhantes de todos os tempos, o inventor americano Thomas Alva Edison. 

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