Ditaduras e ditadores são assim mesmo: prendem, matam ou deixam morrer dissidentes políticos e, cinicamente, ainda projetam a culpa da morte no próprio cadáver – ou então em países democráticos. Não é diferente com a ditadura cubana, hoje capitaneada por Raúl Castro, irmão de Fidel Castro – alijado do poder devido ao seu combalido estado de saúde. Quem morreu na terça-feira 23, em greve de fome de 85 dias, foi o preso político Orlando Zapata, 42 anos (foto). Raúl empurrou o morto: “É culpa dos EUA.” Cerca de 30 opositores ao governo foram presos quando tentavam protestar pela morte de Zapata. Isso tudo aconteceu em meio à visita de Lula à ilha dos Castros. Lula é democrata e preside democraticamente o Brasil sem o menor gesto de adversidade aos que dele discordam. Mas talvez seja o momento de ele rever sua simpatia pelos donos do poder em Cuba – ele esquivou-se de criticar a violação aos direitos humanos.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias