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TROPA Caio Junqueira (de óculos) vive de novo um policial, só que agora nada mocinho

O filão "favela movie", que explora filmes sobre a violência na periferia das grandes cidades, chegou definitivamente à tevê. Depois dos longametragens Tropa de elite e O incrível Hulk 2, com cenas rodadas na favela Tavares Bastos, no Rio de Janeiro, agora é a televisão que sobe o morro. Encorajada pelo sucesso da novela Vidas opostas, que lhe rendeu ótimos índices de audiência, a Rede Record estreou na segunda-feira 5 o seriado A lei e o crime que, entre um tiroteio e outro, discute os limites da legalidade. O primeiro episódio alcançou picos de 18,5 pontos no Ibope, maior que a média do canal nesse horário. A série vai ao ar apenas às segundas-feiras. Para falar de vida bandida, a Rede Record não economizou. Cada um dos 16 episódios de A lei e o crime custará cerca de RS 500 mil, investimento alto para os padrões brasileiros.

A trama é protagonizada por Angelo Paes Leme no papel de um assassino que não é nem melhor nem pior do que o policial que o persegue, interpretado por Caio Junqueira. Na ânsia de capturar o bandido, ele mata inocentes. Ambos trafegam no limite entre corrupção e honestidade. Boa parte das cenas também é rodada na favela Tavares Bastos, locação preferida por cineastas e diretores por não ser dominada por traficantes na vida real. Foi usada apenas uma câmera de cinema de alta definição, tornando ainda mais trabalhosas as sequências de tiroteios, explosões e perseguições. No elenco, dois astros de Tropa de elite: Caio Junqueira e André Ramiro. Apenas uma coincidência, segundo o diretor da série, Alexandre Avancini: "A comparação com Tropa é até boa porque desperta a atenção, mas são histórias diferentes. Na série, o policial não é necessariamente o mocinho."

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Para o autor Marcílio de Moraes, também criador de Vidas opostas, essas histórias atraem porque misturam realidade e banditismo, temática que há tempos desperta interesse: "O tráfico e a violência nos morros afetam a vida tanto de quem mora na comunidade como de quem é de fora." Moraes acredita que a maior inserção das classes C, D e E no mercado de consumo está forçando as emissoras a investir em produções mais voltadas para a realidade desse público: "O que alimenta a tevê é a publicidade. Se antes a classe média não gostava de ver pobreza, não se mostrava favelado. Agora é o contrário".


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