Recém-empossado na Prefeitura de São Bernardo do Campo, o ex-ministro Luiz Marinho vem se consolidando como uma das maiores lideranças do PT no Estado, principalmente depois da derrota de Marta Suplicy na capital paulista. A montagem do governo em São Bernardo revela que o ex-ministro está de olho na política estadual, agora que controla o terceiro maior orçamento do Estado. O prefeito criou duas secretarias, fragmentando a Secretaria de Educação e Cultura e também a de Habitação e Meio Ambiente, e trouxe para o seu governo ao menos 11 petistas de outras partes do Estado de São Paulo.

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PODER: Marinho controla o 3º orçamento de São Paulo

É o caso de Patrícia Veras, nova secretária de Transportes e Vias Públicas, que vem de Guarulhos, onde ocupou o mesmo cargo, e de Benedito Mariano, que era secretário de Administração de Osasco. Nomes como o de Valter Correia da Silva (Administração), Artur Chioro (Saúde) e Nádia Somekn (Planejamento Urbano) também integram o time de “importados”. “Ao conquistar a prefeitura e pelos nomes que escolheu, Marinho revela planos políticos para o futuro”, diz o cientista político Murillo de Aragão, que considera Marinho e o deputado Antônio Palocci os dois grandes nomes do PT para o governo de São Paulo em 2010.

Entre os 19 secretários já anunciados, há opções polêmicas como o economista Jorge Mattoso, ex-presidente da Caixa Econômica Federal (2003-2006), que deixou o cargo acusado, assim como o então ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de envolvimento na quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. Outra nomeação que causou surpresa foi a da mulher de Marinho, Nilza de Oliveira, para a pasta de Orçamento Participativo. O advogado Alexandre Rollo diz que a escolha não pode ser considerada nepotismo. “O STF decidiu que a nomeação de parentes para cargos políticos (secretário de Estado ou município) não implica ofensa aos princípios que regem a administração pública, em face de sua natureza eminentemente política”, diz Rollo. O prefeito não quis dar entrevistas.