Ao apresentar o iPad no fim de janeiro, Steve Jobs tinha em mente dominar, entre outros mercados, o de livros eletrônicos. Seu alvo é o Kindle, sucesso de vendas desde 2007. De fato, o leitor da Amazon tem pontos fracos, como uma tela em preto e branco que não exibe vídeos. Por outro lado, o iPad não deve entregar algo essencial para o usuário: conforto na leitura. Neste quesito, o Kindle ainda é imbatível, graças à tecnologia batizada de tinta eletrônica. Mesmo em ambientes com muita luz, seu visor não produz reflexo – algo impossível para a tela de LCD do iPad. Logo, um aparelho capaz de ler livros  eletrônicos coloridos sem cansar a vista, além de exibir vídeos, seria quase perfeito. É isso que promete a Qualcomm, com o novo Mirasol, a ser lançado no segundo semestre. Nele, será possível ler livros, jornais e revistas em cores, além de assistir a vídeos, com uma bateria que dura cinco vezes mais que a do Kindle. Enquanto isso, HP e Microsoft uniram forças e também exibiram sua nova arma. Trata-se do Slate, que funciona com o sistema operacional Windows 7. Concorrente da Amazon no mundo do papel, a Barnes & Noble, maior rede de livrarias americana, também já lançou o seu próprio e-reader, batizado de  Nook, cujas vendas ainda não esquentaram.

E até mesmo uma empresa brasileira entrou na briga. A Mix Tecnologia, do Recife, promete para junho o Leitor- D, que usa tecnologia de tinta eletrônica semelhante à do Kindle. Seu maior diferencial é o uso como ferramenta educacional. Em março, o leitor deve ser implantado em escolas-modelo. “Também estamos conversando com universidades”, diz Murilo Marinho, diretor de novos negócios da Mix. Além da Carpe Diem, editora do Recife que bancou parte do projeto, acordos com outras empresas também estão a caminho. Precavida, a Amazon está se preparando contra as investidas. Segundo o jornal “The New York  Times”, a desbravadora do  segmento de livros eletrônicos acaba de comprar a Touchco. A pequena companhia é especializada em telas sensíveis ao toque e desenvolve uma superfície transparente e flexível, o que alimenta as especulações de que o novo Kindle está prestes a trocar o teclado físico por um virtual. Que venha a próxima batalha.

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