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FORÇA
Alencar já declarou estar disposto a suceder Aécio Neves

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No princípio era apenas um balão de ensaio criado para ganhar tempo, enquanto a cúpula governista tentava encontrar uma saída para a acirrada disputa dos aliados pelo governo de Minas Gerais. Mas a simples menção ao nome do vice-presidente José Alencar, do PRB, como possível candidato ao Palácio da Liberdade foi tão bem recebida que a ideia ganhou vida própria. E por pouco não virou fato consumado. O PT viu no fator Alencar o remédio para os problemas eleitorais em Minas. Para o grupo do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, a entrada do vice em cena, por si só, será capaz de aplacar todos os interesses em jogo. Até mesmo o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), favorito nas pesquisas, admitiu que seria “o mais importante cabo eleitoral” de Alencar. Acredita-se que Alencar, com sua luta contra o câncer, tornou-se um personagem carismático da política, quase imbatível numa campanha eleitoral. A empolgação é tão grande que não se dá ouvidos ao que o vice-presidente vem repetindo à exaustão, desde sua entrevista à ISTOÉ em  dezembro: “Querem que eu seja candidato, mas só se Deus me curar. O que não vou fazer é levar o meu nome sem ter condições de exercer o mandato”, disse. Sugerida quase em tom de brincadeira pelo presidente Lula, a candidatura de Alencar ao governo de Minas espalhou-se como rastilho de pólvora. O ex-prefeito Fernando Pimentel, que disputa com Patrus Ananias a indicação do PT, acusou o golpe, assim como o PMDB. A ala que apoia Pimentel bateu pé e diz que mandou três recados ao presidente Lula: não abre mão de ter um candidato petista, não aceita o nome de Hélio Costa numa chapa de consenso e prefere o nome de Alencar disputando o Senado. “Não é por arrogância ou vaidade, é compreensão política.

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Chegou a hora de Minas ser governada pelo PT”, diz o presidente do PT mineiro, deputado federal Reginaldo Lopes. O ministro Hélio Costa fez reverência a Alencar, mas, depois, sumiu. Coube às lideranças peemedebistas rejeitar a composição da chapa de unidade, que teria Alencar na cabeça e Patrus como vice. Hélio Costa seria candidato ao Senado e Pimentel ganharia o posto de principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff. “Temos o maior respeito pelo Zé Alencar, mas o PMDB tem candidatura própria em Minas e não apoiaria nem o presidente Lula se ele resolvesse se candidatar ao governo estadual”, afirma o presidente do PMDB-MG, deputado federal Antônio Andrade. Diante das fortes reações, o presidente Lula resolveu deixar o assunto em banho-maria. Mas é ilusão pensar que o balão de ensaio foi abandonado. Se em março os exames de Alencar  confirmarem sua recuperação, como tem ocorrido, ele será o candidato do governo e PT saudações. Assessores próximos ao presidente Lula garantem que o projeto Alencar continua “super de pé”, principalmente porque o vice será capaz de pacificar o PT e atrair o PMDB, reunindo os dois partidos num mesmo palanque, contra a candidatura do vice-governador Antonio Anastasia, criatura do tucano Aécio Neves. Rogério Colombini, presidente do PRB, também está animado e acredita que Alencar tem tudo para unir Minas.

“Nosso sonho há oito anos era Alencar no Palácio da Liberdade. Agora, se ele concordar, vamos fazer uma bonita campanha”, diz Colombini. Enquanto não acontecem os novos exames, o PT joga confetes para Alencar e o homenageou duas vezes na segunda-feira 8. Na Câmara Municipal de Belo Horizonte, ele recebeu o diploma de honra ao mérito. Logo depois, na festa de posse da nova direção do PT mineiro, ganhou o título de “militante de honra”. Diante das manifestações petistas de apreço, Alencar garantiu que vai trabalhar para um palanque único para Dilma em seu Estado. “Para ajudar, farei o que for preciso”, disse. E completou: “Confesso a vocês que, ao lado de Patrus, como vice, eu toparia qualquer coisa. Mas tenho que ver primeiro a saúde.” Outra condição que está impondo é exatamente o fim das animosidades entre os aliados: “Só saio candidato se houver um palanque limpo.” A preocupação é justa. Mas, se depender do presidente Lula, o terreno não terá nenhum acidente. 

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