Se a garota paulistana Laura Armandue tivesse se impressionado com as gracinhas de seus amigos de condomínio, hoje, aos 13 anos, não estaria deslizando no half pipe, a pista profissional em forma de U, como desliza. Eles, por fim, fecharam a boca. E Laura virou ?a menina? do condomínio no Morumbi que brilha como representante de uma nova invasão feminina, em todo o País, no mundo do skate, antes um reduto exclusivo dos garotos. Há três anos ela pratica quase todos os dias, sempre que pode fazer suas manobras sem atrapalhar os estudos. Ela e milhares de meninas em todo o País estão surpreendendo seus pais com pedidos de presente ?esquisitos e revolucionários?. Em vez dos mimos tradicionais, querem um bom skate ? que só elas, é bom saber, têm condições de escolher. Desejam também baixar o nariz de seus amigos, até bem pouco tempo atrás os únicos a ganharem os modelos mais ?irados?. Além do divertimento, muitas disputam campeonatos com sucesso. Durante anos, uma espécie de clube do bolinha dos esportes radicais limitou a participação das moças aos patins, as botas equipadas com rodinhas. Esse clube foi reforçado pela convenção informal de que o skate, por não ficar preso aos pés, provoca quedas mais perigosas e que, por isso, não seria adequado às meninas. Isso felizmente acabou. Hoje, elas entendem tudo sobre o equipamento. A bonita Laura, por exemplo, adora se divertir com o skate. É, por isso, diferente das garotas da sua idade? De forma alguma. Pode ser um pouco mais ousada, mas é igualmente vaidosa, inteligente, generosa e esperta. Mas na pista vira uma fera.