O editor e autor da reportagem comenta o novo filme de Peter Jackson. Assista ao vídeo abaixo

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Confira a seguir o trailer de "Um olhar do paraíso", nova produção do diretor neozelandês

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O diretor neozelandês Peter Jackson é sinônimo de gordas bilheterias. Há uma década ele sacudiu o mercado ao lançar a trilogia “O Senhor dos Anéis”, que faturou cerca de US$ 3 bilhões. Mesmo quando atua apenas como produtor, nunca erra: no ano passado, investiu US$ 30 milhões no filme de um diretor estreante, “Distrito 9”. O longa-metragem já rendeu sete vezes mais. Esperava-se o mesmo de “Um Olhar do Paraíso”, seu novo trabalho, cuja estreia está prevista para a sexta-feira 19 no Brasil. Mas essa mistura de “Ghost” e thriller policial decepcionou duplamente: sua trama é rala e a campanha em torno de seu lançamento não funcionou. Em Hollywood, isso pode arranhar uma carreira. Somados o orçamento e a verba utilizada em marketing, “Um Olhar do Paraíso” atingiu a cifra de US$ 150 milhões e, há um mês em cartaz nos EUA, sua bilheteria estacionou nos US$ 40 milhões. O número pode parecer expressivo, mas é pequeno tratando-se de um lançamento desse porte, que vinha sendo preparado para brigar no fim do ano justamente com “Avatar”.

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EFEITOS PARA NADA
Peter Jackson (com a atriz Saoirse) abusa dos truques. Mas errou o alvo

Desde a sua estreia, o faturamento de “Um Olhar do Paraíso” cai exponencialmente a cada semana, o que indica que o boca a boca não está acontecendo – ou está se dando ao contrário. Os estúdios Paramount, que distribuem o título, acreditavam que a produção, baseada em um best seller, saísse com grandes indicações ao Oscar. O resultado, divulgado no dia 2, só contemplou Stanley Tucci, que concorre como melhor ator coadjuvante. Fora isso, nada, nem mesmo menções em categorias técnicas, que sempre foram o forte de Peter Jackson: foi ele quem revolucionou o setor de efeitos especiais ao criar um ser totalmente digitalizado em “O Senhor dos Anéis”, invenção que tornou possível, por exemplo, o mundo azul de “Avatar”. A profusão de estripulias visuais repete-se nesse filme, mas a serviço de um enredo que não se decide entre a fantasia e a mais dura realidade.

Passada no interior dos EUA na década de 1970, a história gira em torno do assassinato de uma garota de 14 anos por um serial killer pedófilo, papel de Stanley Tucci. Essa é a dura realidade do filme. O lado fantástico mostra a garota, interpretada por Saoirse Ronan (de “Desejo e Reparação”), vagando por ambientes surrealistas (o “Céu” do catolicismo) e tentando se comunicar com os pais. Jackson arquitetou esse enredo pensando numa plateia adulta. No entanto, o ponto de vista é tão adolescente que a Paramount decidiu mudar o alvo da produção e tentar o público feminino, acima dos 13 anos. A estratégia revelou-se duvidosa e não conseguiu reparar o erro de Jackson, que quis fazer um filme que somasse diversos estilos mas não conseguiu agradar em nenhum.

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