DA ESTRUTUR A AO TEMPO – HÉLIO OITI CICA/ Instituto de Arte Contemporânea (IAC), SP / até 28/2/10

Na semana do incêndio do acervo de Hélio Oiticica, foi anunciada com algum alívio a recuperação de todos os exemplares da série “Metaesquema” (foto), armazenados com a família. Agora, segundo o Projeto Hélio Oiticica, todos os “Relevos” também serão recuperados.

A exposição “Da Estrutura ao Tempo” é uma boa oportunidade para visualizar esses dois grupos de trabalhos, já que reúne 12 “Metaesquemas”, três “Relevos Espaciais” e um “Relevo Bilateral”, garimpados de coleções particulares. Os “Metaesquemas” são a célula original da obra de Oiticica. São pinturas do final dos anos 50, definidas pelo autor como uma “obsessiva dissecação do espaço”. Representam um período de pesquisa radical, que levou o artista a invadir com a pintura o espaço tridimensional.

Na terça-feira 17, um “Metaesquema” foi vendido em leilão da Christie’s por US $ 122,5 mil, o dobro da estimativa inicial. Talvez já um efeito da destruição. Organizador da mostra, o IAC é um centro aberto à pesquisa de arte, que trabalha exemplarmente na conservação de acervos. “Percebo a necessidade de armazenar obras e documentos de forma específica.

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É necessário um cuidado especial com a documentação que é composta de materiais muito frágeis e podem, facilmente, pegar fogo”, diz a galerista Raquel Arnaud, que concebeu o IAC em 1997. Além de guardar a documentação de Willys de Castro e Sergio Camargo, o centro cuida de obras dos dois artistas e de Mira Schendel e Amilcar de Castro.

O material é guardado em uma sala aprovada em detalhe pelo Iphan. “Você deve contar com espaço climatizado, monitoramento e vigilância, sistema contra incêndio customizado para obras de arte e documentos, mobiliário específico e uma equipe com dedicação integral”, diz Roberto Bertani, diretor-executivo do IAC.

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